Serlac espera triplicar exportação de leite em 2004

Publicado por: MilkPoint

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Empresa vence nova concorrência para o Iraque

A Serlac Trading, uma associação entre os laticínios CCL (Cooperativa Central de São Paulo), Confepar (Cooperativa Central Agroindustrial do Paraná Ltda.), Embaré, Itambé e Ilpisa - Vale Dourado - que detém juntas 50% do capital - e a Sertrading S.A. (companhia especializada em exportação) - dona da outra metade do capital, informou com exclusividade ao MilkPoint o vencimento de uma licitação internacional promovida pela ONU, para fornecimento de 1.500 toneladas, no valor US$ 3,1 milhões, a serem embarcadas a partir de abril por meio do programa Food for Oil.

Segundo Marina Brito, diretora da Serlac, esse programa da ONU, que troca de petróleo iraquiano por comida, tem sido um dos propulsores da participação da Serlac no mercado internacional de lácteos. As compras são feitas por meio de concorrências internacionais, das quais o Brasil ganhou grande parte dos lotes.

André Jacintho Mesquita, também diretor da Serlac, explica trata-se de um processo bastante difícil, exigente, com prazos para entrega muito curtos, no qual poucas empresas no mundo tem condição de participar e o Brasil está enquadrado nessa elite. "Foi muito interessante para o desenvolvimento da empresa termos feito essa primeira grande operação, para a qual enviamos 2.300 toneladas, em 110 containeres", orgulha-se.

Segundo os diretores da empresa, a Serlac pretende mais do que triplicar a exportação de leite em 2004, saltando dos US$ 8 milhões obtidos em 2003 para US$ 30 milhões neste ano. Marina conta que antes do final do primeiro trimestre a companhia já alcançou o total exportado durante 2003 inteiro.A título de comparação, em 2003 o Brasil exportou cerca de US$ 48 milhões em lácteos.

Benefícios da exportação

Apesar de o Brasil ainda ser importador do produto, Mesquita lembra que a produção nacional cresce a aproximadamente 5% ao ano. "Temos uma característica muito importante que é a sazonalidade", explica o diretor. Ele lembra que os grandes países do mundo importam e exportam o produto, de acordo com o período. "A Alemanha é um exemplo típico disso, é um grande player na exportação e na importação", explica Marina.

"A exportação também faz com que o País não precise manter estoques de lácteos, o que é muito bom já que o custo de estocagem no Brasil é muito alto, além de auxiliar a não ocorrer pressão nos preços para o produtor quando há excedente, o que garante uma estabilidade de preços no ano inteiro", explica Marina. Ainda, de acordo com a diretora, a exportação de leite no Brasil pode ser um bom mecanismo de estabilização de preços e, conseqüentemente, fazer a produção aumentar, "já que quando ocorre a queda no valor o pecuarista reduz a produção".

Mesquita afirma que o ideal é que, em uma economia globalizada, os Países tenham troca. "Você exporta na sua safra e importa na entre-safra. Nos Estados Unidos funciona assim, na Europa funciona assim", argumenta ele. Em novembro do ano passado o Brasil teve o primeiro superávit comercial mensal.

A companhia já está entre as duas maiores exportadoras de lácteos do País -a outra é a multinacional Nestlé. As vendas exteriores feitas pela Serlac são destinadas atualmente para a África do Norte, Oriente Médio e a América Central.

O diretor informa que o Governo Federal vem auxiliando muito o alavancar do comércio exterior de leite, principalmente fazendo acertos de protocolos sanitários com os outros mercados e diminuindo a burocracia.

A Serlac

A empresa foi fundada em 2002 (clique aqui para ver a matéria) - e começou a atuar no ano seguinte. Ela foi criada especialmente para inserir os laticínios no comércio exterior. Para isso, a nova exportadora desenvolveu uma marca para os produtos destinados ao mercado externo, a Brazilian Dairy Board.


Os produtos exportados são principalmente leite em pó e condensado.
A captação dos mesmos é feita de maneira complementar, rateia-se o item entre os associados da Serlac.

Para 2004 a companhia já busca novos mercados dentre os quais Venezuela e Bolívia. No total a empresa tem 12 mercados abertos e pretende conquistar outros cinco em 2004.

Às empresas do setor que pensam em exportar, o diretor da Serlac sugere um exercício de marketing: "primeiramente encontrar mercados que precisem do que ela produz, depois pensar no que ela tem de matéria prima e estrutura para atender a demanda". Ele conclui explicando as pessoas precisam encarar a exportação como uma linha a mais de produto no portfolio de suas fábricas.

Fonte: Paulo Roberto Brino Mattus, da Equipe MilkPoint
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