SanCor tem planos de pagar dívida e se expandir

A cooperativa de lácteos da Argentina SanCor, principal exportadora de lácteos do país, está se preparando para firmar um acordo de reestruturação com os bancos credores para pagar a dívida de US$ 162 milhões, contraída durante a década de noventa.

A negociação se encaminhou favoravelmente depois da última terça-feira, quando a diretoria da cooperativa, com Miguel Omar Altuna na liderança, reuniu-se com o ministro da Economia da Argentina Roberto Lavagna para discutir o plano de crescimento da empresa que permitirá a obtenção das divisas necessárias para começar a pagar.

A cooperativa teve esta conversa com Lavagna porque o principal credor da empresa é o Banco Nación, ante o qual o ministro se comprometeu a interceder para agilizar o acordo.

O pagamento da dívida se fará sobre a base de lucros que surjam de um plano de negócios que inclui maior produção e mais vendas, que permitirão um crescimento de 20% no faturamento, com relação aos US$ 1100 milhões do balanço de 2003. A dívida é de US$ 162 milhões, dos quais 10% estão pesificados (convertidos em pesos).

A proposta da SanCor é de pagar a dívida em oito anos, com os primeiros dois anos de graça e uma amortização crescente a partir do terceiro ano. Durante o último exercício, a empresa oferece pagar US$ 30 milhões em um pagamento único. O grupo de bancos que analisa a proposta está composto por Banco Nación, Rabobank, Corporação Financeira Internacional (CFI), Citibank e BNL, entre outros.

Plano de crescimento

A SanCor está com um ambicioso plano de crescimento que permitirá à cooperativa se recuperar financeiramente. Este plano consiste em comprar mais leite com o objetivo de ganhar participação no mercado interno e colocar sua produção em mercados alternativos ao brasileiro, que deixou de ser o principal comprador de lácteos da Argentina. Entre esses mercados para exportar estão Argélia, Estados Unidos (venda de queijos duros) e o desenvolvimento de novos produtos na América Latina.

A SanCor não deve investir neste plano de negócios já que, segundo informado, a cooperativa tem capacidade instalada suficiente para processar mais leite. O projeto está sendo impulsionado pelo aumento da disponibilidade de matéria-prima registrado durante os dois primeiros meses do ano. Neste período foi registrado um aumento de 14% no leite disponível com relação ao mesmo período de 2003.

A proposta de pagamento, juntamente com o plano de negócios, foi apresentada aos credores em 13 de novembro. Porém, após a reunião mantida com Lavagna na semana passada, a negociação foi acelerada e ficou bem próxima de um acordo. Também participou da reunião o secretário da Agricultura Miguel Campos.

Fonte: Infobae.com - publicado em Lechería Latina -, adaptado por Equipe MilkPoint