RJ: Cooperativas de leite retomam produção

Duas das principais cooperativas agropecuárias do norte/noroeste fluminense começam a buscar soluções para a atual crise que enfrentam. A Capil (Cooperativa Agropecuária de Itaperuna) passou a comercializar esta semana 10 mil litros de leite em embalagem longa vida com a própria marca. O produto, que está sendo envazado em Barra Mansa, no sul do estado, é uma das soluções para minimizar a dependência dos compradores de leite, como é o caso da Parmalat, que adquiria a matéria-prima e oferecia um produto com maior aceitação no mercado.

Já a Cooperleite, de Campos, assinou um convênio com a prefeitura da cidade para modernizar o parque industrial e aumentar a capacidade produtiva. A meta é processar sozinha 100 mil litros de leite por dia, e de quebra, melhorar o valor pago pelo produto, que está em R$ 0,38. Hoje, a Cooperleite processa 45 mil litros.

Segundo Moacyr Seródio, presidente da Capil, o volume de leite destinado ao envaze em caixas longa vida representa 10% da matéria-prima da cooperativa, mas as expectativas apontam para crescimento. "Estamos aguardando para as próximas semanas um maquinário para embalarmos o leite em Itaperuna mesmo. Assim, passaremos a processar 50 mil litros de leite por dia", disse.

A Capil recebe por dia 100 mil litros, sendo que 20 mil ainda são vendidos diariamente à Parmalat. Até a semana passada, 10% do leite processado pela cooperativa era vendido ao mercado em saquinhos plásticos de um litro e outros 15% destinados à produção de derivados. O restante, cerca de 75 mil litros, eram enviados in natura à Parmalat até o início da crise.

Como pioneira na adoção das embalagens longa vida entre as empresas da região noroeste fluminense, a cooperativa começa a desvincular parte da venda à multinacional e atingir o mercado de forma direta.

O secretário de Agricultura, Abastecimento e Pesca do estado, Christino Áureo, anunciou que a governadora Rosinha Matheus (PSB) vai aproveitar a visita que fará a Itaperuna, na próxima segunda-feira, para assinar a regulamentação da lei 4.177, que trará novo fôlego para os setores de carne e leite.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Rodrigo Braga e Jacqueline Deolindo), adaptado por Equipe MilkPoint