Quantidade de sólidos no leite poderá ser referencial para pagamento ao produtor
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 3 minutos de leitura
Para saber mais sobre essa nova vertente, o MilkPoint procurou representantes da entidade e da Embrapa Gado de Leite, para falarem sobre o assunto. Para o presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, um dos motivos que levam a adoção do sistema é a crescente exportação brasileira do produto.
Ele explica: "ninguém exporta água, mas sim sólidos, como leite em pó, por exemplo". Rubez acredita porém, que muitas mudanças e adaptações à realidade brasileira vão surgir, como o foi nos países que adotam o pagamento por sólidos totais. O presidente lembra que compete a três fatores a quantidade de sólidos contidos no leite de cada rebanho: a genética, manejo e alimentação. Ele compreende que poucos produtores perderão ou gastarão muito com a mudança. "Sem medo de errar, 85% do rebanho leiteiro do País é girolando, que produz sólidos suficientes para uma boa avaliação; já quem tem gado confinado, como eu, evidentemente terá que fazer um remanejamento do rebanho", afirma.
Rubez acredita que o pagamento por sólidos auxiliará o desenvolvimento do setor lácteo no Brasil, pois dará condições de acabar com o que chama de balbúrdia de preços. "Nós temos um formato de preços, que se chama longa vida e quem manda no preço, por meio desse produto, é o supermercado. Quem sabe se com essa alternativa, do pagamento pelos sólidos totais, e o desenvolvimento das exportações para controlar o excedente, não se muda esse referencial?", questiona.
O chefe de geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, também aposta que a mudança beneficiará as exportações. Questionado se o novo modelo será adotado em todo País ou em apenas uma região, Martins recita: "'Guimarães Rosa dizia que Minas (Gerais) são várias', o Brasil é muito mais do que Minas, logo existem vários 'Brasis' convivendo no mesmo País e nenhuma inovação deve ser imaginada como mecanismo de plena generalização". Porém ele acredita de que depois de iniciada a inovação a mesma será dissipada rapidamente, citando como exemplo a granelização, "que chegou ao Brasil em meados dos anos 90 e com menos de 10 anos a produção nacional está quase toda granelizada".
Com relação à cotação do preço do leite dos optantes pelo novo sistema e dos não optantes, o chefe da Embrapa prevê que haverá uma valorização do produto com maior quantidade de sólidos, que funcionará como estímulo. Ele não acredita que haverá desvalorização do leite 'tradicional'. Martins crê que mesmo no caso de laticínios que não produzam sólidos, que não precisariam, em princípio desse mecanismo, a tendência seja de adoção do mesmo pelo fato de seus concorrentes passarem a utilizar a metodologia. Questionado se os custos da análise da quantidade de sólidos no produto ficariam a cargo do produtor ou do laticínio, Martins aposta em outro elo cadeia, "os custos sempre ficam para quem está na ponta do processo, o consumidor, como ocorre em qualquer cadeia produtiva".
O evento reunirá palestrantes do Brasil e exterior e especialistas da matéria. Será realizado no Auditório Leite Brasil, na rua Bento Freitas 178, 9o andar, São Paulo. Clique aqui para saber mais sobre o evento e se inscrever.
Fonte: Paulo Roberto Brino Mattus, da Equipe MilkPoint
Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.
Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!
Publicado por:
MilkPoint
O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.
Deixe sua opinião!

MINEIROS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 26/04/2004