Quadro leiteiro pode mudar no RS

Publicado por: MilkPoint

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Há um movimento de produtores de leite em direção a cooperativas espalhadas pelo Rio Grande do Sul. Depois do estouro da crise mundial da indústria italiana Parmalat, a apreensão de pequenos, médios e grandes criadores de vacas leiteiras do Estado é traduzida por pedidos de informações sobre a capacidade de cooperativas como a Piá, de Nova Petrópolis, e a Santa Clara, de Carlos Barbosa, ambas na região nordeste gaúcho.

Segundo o presidente da Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), Ezídio Pinheiro, uma eventual dificuldade da multinacional em pagar os produtores poderá representar uma migração para outros grupos. "Existe uma capacidade ociosa nas cooperativas e em outras usinas. Todas estão preparadas para aumentar suas produções. Isso vai modificar levemente o quadro de recebimento do leite no Estado", avaliou.

Poderá ocorrer uma reversão do quadro exibido nos últimos dez anos, quando a Parmalat chegou com força e avançou sobre regiões dominadas por cooperativas. "Agora, já tem produtor voltando a entregar para as cooperativas".

Na Cooperativa Piá, a direção evita falar abertamente sobre a migração ou indicar produtores que já trocaram o caminho entre a fazenda e a usina. Alega questões éticas. Entretanto, o superintendente do grupo, José Mauro Hansen, admitiu que produtores de porte, que entregam de mil a seis mil litros de leite por dia, já procuraram a Piá para saber se há chance de receber o produto.

A resposta da empresa é positiva. Hoje, ingressam na usina em Nova Petrópolis 240 mil litros por dia de 2.150 produtores e há capacidade para recebimento de mais 60 mil litros diários. "Estamos prontos porque, na região nordeste, a Parmalat recebe pouco mais de 30 mil litros por dia", explicou.

Na Santa Clara, a situação é parecida. De acordo com o diretor administrativo e comercial, Alexandre Guerra, o grupo tem uma usina com capacidade para receber 400 mil litros diários e hoje estão entrando nos tanques da usina 300 mil litros de 2.150 produtores do grupo e de outras cooperativas conveniadas. "Sentimos que há preocupação entre os produtores, mas eles não ficarão na mão".

O presidente da AGL (Associação Gaúcha dos Laticinistas), José Ernesto Krug, acredita que não existe perigo de o produtor gaúcho ficar sem empresa para entregar leite. O dirigente lembra que a empresa industrializa cerca de 15%, mas boa parte vem de Santa Catarina.

Segundo levantamento da entidade, em 2003, a Parmalat recebeu 9% do leite coletado no Rio Grande do Sul (sob inspeção federal). Ou seja, 155 milhões de litros anuais de um total de 1,4 bilhão de litros recebidos no Estado.

A liderança é da Elegê, com 45%, mas outras empresas gaúchas têm uma parcela significativa: Bom Gosto, de Tapejara, com 7%, Santa Clara e Cosulati, em Pelotas, com 6% cada, e Piá, com 5%. "O Estado tem capacidade instalada para receber o dobro do leite que produz", assegurou Krug.

Fonte: Zero Hora/RS (por Jorge Correa), adaptado por Equipe MilkPoint
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