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Produtores do RS jogam leite fora devido à falta de energia elétrica

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 05/04/2024

4 MIN DE LEITURA

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A falta de energia em regiões do sul do Rio Grande do Sul já completa 15 dias em algumas localidades da área atendida pela distribuidora CEEE Equatorial. A queda da eletricidade foi causada por um temporal no dia 20 de março. Os municípios mais atingidos são Jaguarão, Cerrito, Arroio Grande, Herval e a área rural de Pelotas.

Entre os produtores rurais que contam os prejuízos causados com a ausência da eletricidade, os que dependem da atividade leiteira estão entre os mais afetados. Como a energia é essencial para armazenagem e resfriamento, o leite tem estragado e os criadores precisam jogar fora o produto.

Para chamar a atenção das autoridades e da empresa, pecuaristas de Arroio Grande (RS), a 340 quilômetros de Porto Alegre, organizaram um protesto na segunda-feira (1/4). Derramaram leite em frente à agência local da CEEE Equatorial. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arroio Grande, João Cezar Larrosa, 34 produtores do município foram afetados pela queda de luz.

“Depois desse protesto, o gerente regional entrou em contato conosco e afirmou que 10 unidades de apoio da Equatorial viriam para Arroio Grande. Mas isso não aconteceu. Hoje, nós temos mais duas equipes trabalhando e a maior parte do município ainda continua sem energia elétrica”, diz o dirigente.

Em algumas localidades, afirma Larrosa, a energia volta, mas logo depois cai de novo. “Isso ocorre até pela falta de experiência do pessoal que está trabalhando. Tem redes que acabam pegando fogo pela má colocação, pelo restabelecimento mal feito. O caos continua instalado”, lamenta. Ele diz ainda que os sindicatos de vários municípios da região estão planejando um novo protesto, em Porto Alegre, em frente à sede da CEEE Equatorial.

No município de Cerrito, o pequeno produtor Nilton Vaz, que possui 13 vacas leiteiras, gerando uma produção de até 250 litros diários, está sem energia há 15 dias. “Perdemos toda a produção nesse tempo. A falta de luz causa muitos gastos com gerador e não podendo ligar toda hora”, comenta.

As perdas são significativas mesmo para quem a energia já voltou a funcionar. Em Pelotas, o produtor de leite Leonel Fonseca ficou seis dias sem luz após o temporal, após queda de postes. Mas, antes disso, já havia ficado mais dois dias sem eletricidade, algo “sem explicações”, comenta. “Alguma coisa a gente conseguiu ordenhar, mas, depois, queimou o gerador, que não tem capacidade para ficar tanto tempo ligado. Então tivemos muitas perdas”, explica.

Com uma produção diária que chega a 280 litros de leite, Fonseca afirma que os prejuízos causados com a falta de energia afetam mais fortemente o setor leiteiro devido ao momento em que vive, com os preços pagos pela indústria em patamares muito baixos. O produtor também alerta que, além das perdas financeiras, é o risco para a saúde dos animais. Quando a rotina da ordenha é paralisada, as vacas podem sofrer infecções, como a mastite. “Dependendo da seriedade, pode comprometer a lactação e tornar o animal improdutivo, além dos gastos com medicamentos”, afirma.

Prejuízo pode ser compensado

Fonseca, que já buscou indenização contra a CEEE Equatorial há três anos, por causa de prejuízos de R$ 250 mil após um poste de alta tensão cair em cima de seu ramal na entrada da propriedade, está incentivando outros produtores a abrirem uma ação coletiva na Justiça contra a empresa.

O advogado Roberto Bastos Ghigino, da HBS Advogados, orienta que o produtor rural que teve prejuízo por negligência de concessionárias de energia no restabelecimento da energia elétrica poderá buscar reparação civil pelos danos.

“Para tanto, cabe ao produtor rural, através de correspondente laudo técnico, evidenciar e comprovar, de forma pormenorizada, quais foram os efetivos prejuízos ocorridos pela ausência do tempestivo restabelecimento do fornecimento de energia”, orienta. Do mesmo modo, ainda que o produtor não tenha tido problemas de forma direta, Ghigino informa que os prejuízos indiretos também podem ser objeto de indenização.

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) lembra que várias medidas já foram tentadas para buscar uma solução, mas nada tem surtido efeito.

“O que nos revolta, como entidade representativa dos produtores, é que não temos a quem recorrer. Já apelamos à Assembleia Legislativa, fizemos audiências públicas, falamos com as distribuidoras, com a agência reguladora (no caso, a Agergs - Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul), mas não adianta nada. E a Justiça parece que tem uma morosidade para atender essas demandas”, afirma Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS.

Resposta da empresa

Em nota, a distribuidora CEEE Equatorial informa que os temporais do último dia 20 de março provocaram uma destruição de grandes proporções, afetando mais de 815 mil clientes na sua área de concessão. “Destes, cerca de 1.000 clientes infelizmente ainda estão sem energia, pois a empresa precisa que a rede seja reconstruída, frente aos danos severos ocorridos e/ou dificuldades de acesso, o que demanda um maior tempo de trabalho da distribuidora.”

A concessionária ainda lamenta os efeitos causados pelas fortes chuvas aos gaúchos e reforça que está com seu contingente de equipes pesadas em campo, “realizando esforços diuturnos para a reconstrução da rede e normalização do fornecimento com a maior brevidade possível”.

As informações são do Globo Rural, adaptadas pela equipe MilkPoint.

 

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