Produtores de leite dos EUA pressionam governo contra acordo de livre comércio com Austrália

Publicado por: MilkPoint

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Os legisladores de Nova York, Califórnia e outros estados de grande produção leiteira dos Estados Unidos estão pressionando o presidente do país, George W. Bush, para que não dê andamento às negociações de livre comércio com a Austrália no setor agrícola. Isso porque os produtores de leite norte-americanos estão preocupados com o fato do mercado de manteiga, queijos e leite em pó desnatado do país ser seriamente prejudicado pelo aumento da competição com a Austrália, onde estes produtos são mais baratos.

Mais de 30 senadores assinaram uma carta pedindo a Bush para que proteja a produção doméstica nas negociações com a Austrália. Cerca de 36 membros do Parlamento assinaram uma carta similar.

Os negociadores do governo federal estão ávidos por fechar o acordo. Este daria aos produtores rurais da Austrália maior acesso aos consumidores dos EUA enquanto abriria os mercados na Austrália para os produtos farmacêuticos, maquinaria e de indústrias de entretenimento dos EUA. O acordo também levaria o governo dos EUA a recompensar a Austrália por seu apoio na guerra do Iraque.

"Com quase um em cada três trabalhos relacionados com o comércio em nosso Estado, o mercado australiano oferece potencial para criação de trabalhos e crescimento econômico", disse a Representante Republicana de Washington, Jennifer Dunn, co-presidente da convenção congressional "Amigos da Austrália".

Para apoiar o pacto, entretanto, Bush teria que fazer um retrocesso político dentro do país, particularmente nos estados produtores de leite. Os lobistas rurais em importantes estados eleitorais, como Califórnia, Wisconsin, Pensilvânia e Nova York, estão pressionando bastante contra o acordo.

De acordo com a Federação Nacional de Produtores de Leite (National Milk Producers Federation - NMPF), cerca de 15% dos 60 mil produtores de leite do país poderão ser forçados a sair da atividade se o acordo com a Austrália for efetivado sem proteção para o setor leiteiro.

Os 2,144 mil produtores de leite da Califórnia, que fornecem mais de 20% do leite da nação, disseram que perderão cerca de 21 mil empregos e US$ 4,9 bilhões em rendimento se os EUA concordarem com a proposta da Austrália para o setor de lácteos.

Em uma carta ao presidente Bush, os legisladores de ambos os partidos disseram que as tarifas e outras barreiras nos produtos australianos poderiam prejudicar os produtores de leite dos EUA.

"Apesar de nós sermos geralmente fortes apoiadores da expansão das relações comerciais no mundo, a estrutura da indústria de lácteos dos EUA é única e seria sensível a qualquer aumento dramático em importações de produtos lácteos australianos", disseram os senadores.

O produtor de leite de Lynden, Washington, Rod DeJong, presidente da Associação de Lácteos do Noroeste, disse que os preços baixos do leite nos últimos anos já estão prejudicando muitos produtores da região. O acordo proposto com a Austrália custaria aos produtores do noroeste cerca de US$ 1 bilhão em nove anos, disse ele, o que seria "devastador para a indústria e para nossa economia".

O porta-voz do representante comercial dos EUA - Robert Zoellick -, Richard Mills, disse que o governo federal está analisando seriamente os problemas levantados pelas cartas. Zoellick continuará consultando membros do Congresso e outros interessados nas propostas sobre as negociações com a Austrália, disse Mills.

Fonte: Country News
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