Produtor de MG estoca leite em pó e queijo para não perder demais

Parte dos produtores mineiros de leite está estocando o produto para evitar a deterioração dos preços, motivada não só pela crise da Parmalat, que provocou um aumento da oferta no mercado, mas também pelo período da safra.

Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, 120 produtores, pertencentes a três associações, estocaram 20 mil quilos de queijo nos últimos 30 dias. De acordo com o diretor-tesoureiro do Sindicato Rural de Juiz de Fora, Eduardo Dutra Ferreira, o estoque, nesta época do ano, fica na faixa de três mil quilos. Segundo ele, os produtores tiveram, ontem, que vender 12 mil quilos do queijo estocado para o mercado do Rio de Janeiro, para quitar compromissos financeiros.

Já a Cooperativa dos Produtores Rurais do Prata (Cooprata), no Triângulo Mineiro, está com um estoque de 500 toneladas de leite em pó. Conforme o diretor da cooperativa, Carlos Henrique Pádua, normalmente, nessa época do ano a estocagem é de 300 toneladas, sendo que a diferença é decorrente da crise da Parmalat. Atualmente, o preço pago ao produtor pelo leite resfriado é de R$ 0,45, em média. Se não fosse o problema envolvendo a multinacional, poderia estar em R$ 0,50.

Pádua informou que, antes da crise, a Cooprata entregava diariamente cerca de 70 mil litros de leite à Parmalat, passando, em 15 de dezembro, para 100 mil litros. Atualmente, a cooperativa não está fornecendo o leite para a multinacional, que acumula uma dívida de R$ 261 mil com a cooperativa.

Fonte: Hoje em Dia/MG (por João Alberto Aguiar), adaptado por Equipe MilkPoint