Produção argentina de leite perde espaço para soja

Publicado por: MilkPoint

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Com a desvalorização do peso e a alta internacional da soja, os preços relativos se alteraram e várias atividades do país foram substituídas por este cultivo. A produção leiteira teve decréscimo notável no número de propriedades e no volume produzido desde 2001. Das 10.311 mil unidades que operavam na província de Córdoba em 1991, restaram 7.707 mil em 1995 e, em junho do ano passado este valor tinha caído para 3.156 mil. Por sua vez, houve aumento da produção por estabelecimento, o que indica concentração da atividade em propriedades de maior porte e produtividade.

Isto se correlaciona com um aumento da área cultivada com soja, que subiu 270% entre 1991 e 2003. Isso mostra a conseqüência da competição entre as atividades, já que o avanço da primeira produziu-se de acordo com a retração da segunda. A explicação econômica do fenômeno foi dada pelos pesquisadores do Instituto de Economia e Finanças (IEF), da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Nacional de Córdoba, María Luisa Recalde, Iván Iturralde e María Belén Gonzalo. Foram utilizados indicadores que comparam a rentabilidade entre as atividades alternativas. Em particular, foi avaliada a relação entre o preço do leite e da soja, suas margens líquidas, que foram comparadas com o valor de arrendamento. Destes dados podem-se tirar conclusões sobre a continuidade da produção leiteira em médio prazo. A principal é que, no longo prazo, para as propriedades leiteiras de produtividade média e alta, a soja não compete, apesar de ter havido competição durante crises, como o de 1996/1997 e na última desvalorização.

O que é mais rentável?

Para o proprietário de um estabelecimento rural ou que deve arrendar um estabelecimento, o divisor entre dedicar-se à produção de leite ou à agricultura pode apresentar-se como um derivado da relação entre o preço do leite e da soja. Tomando a última década como exemplo, o litro de leite em relação à tonelada de soja esteve entre 0,0020 e 0,0015 pesos (US$ 0,00068 e US$ 0,00051). No entanto, observam-se quedas importantes na tendência, que ocorreram entre 1996 e 1997, e em 2002, quando cai a 0,0011 pesos (US$ 0,00037), devido aos baixos preços do leite, à desvalorização do peso e ao aumento da cotação internacional da soja. De qualquer forma, o trabalho destaca que esta variável tende a voltar a seu nível de longo prazo - 0,0017 peso (US$ 0,00058) - como ocorreu no ano passado.

Comparando estes valores entre as atividades conclui-se que, para os estabelecimentos leiteiros com produtividade média (246 quilos de gordura por hectare) e alta (300 quilos por hectare), a rentabilidade sempre foi favorável à produção láctea (com uma margem líquida média em uma década de US$ 200 por hectare), exceto em crises. Já os estabelecimentos leiteiros de baixa produtividade (149 quilos de gordura por hectare ou menos) são mais afetados pela competição.

Tomando valores de arrendamento de seis e nove quintais de soja (300 a 450 kg/ha, aproximadamente), evidenciou-se que as propriedades leiteiras de média e alta produtividade não precisam arrendar terras. Ao contrário, nos períodos críticos (em particular entre janeiro de 2002 e o mesmo mês de 2003) a rentabilidade de todas as propriedades leiteiras ficou abaixo do que ficariam com o arrendamento (entre US$ 150 e US$ 200 por hectare).

Fonte: Agrodiario.com (publicado em Lechería Latina), adaptado por Equipe MilkPoint
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