Os estados de Goiás e Minas Gerais apresentaram as maiores reações. Em Minas, o aumento foi de 2,93%, com o litro do leite C alcançando a média de R$ 0,4364. Essa valorização foi garantida basicamente pelo aumento das regiões sul/sudeste do estado (6,82%). Em Goiás, o preço médio bruto foi de R$ 0,3857/litro, uma reação de 3,83%, atribuída aos consecutivos reajustes obtidos na região central do estado - 6,5% só no último mês.
Pesquisadores do Cepea explicam que as elevações tanto no sul/sudeste de Minas como na região central em Goiás são justificadas pelos baixos preços praticados no mês de fevereiro, que oscilaram entre R$ 0,38/litro e R$ 0,39/litro. Nas demais bacias leiteiras do País, onde o valor médio bruto em fevereiro variou de R$ 0,41 a R$ 0,43/litro, as cotações permaneceram relativamente estáveis em março. Esse comportamento prevaleceu também nas áreas metropolitanas, com exceção da Grande SP, onde o aumento percentual observado deve ser entendido como uma recuperação - adequação a patamar médio.
No Paraná, a média ponderada também se manteve frente a fevereiro, mas, por se tratar de um período de mudança de tendência - final de safra - o volume captado e a concorrência entre os laticínios acarretam divergências significativas entre as seis regiões pesquisadas - três tiveram quedas e três, altas.
Apesar do aumento dos preços do leite em várias praças, os reajustes expressivos e contínuos da soja estão afetando negativamente os produtores. O farelo de soja, por exemplo, utilizado na ração das fêmeas, custava cerca de R$ 720/tonelada, na região de Campinas, em fevereiro. Em março, o mesmo produto foi negociado na média de R$ 830/tonelada, alta de 15%.
Esse aumento nos custos tem repercutido principalmente nos concentrados, encarecendo as dietas das vacas leiteiras. O maior impacto foi na dieta composta por silagem de cana e concentrado para as vacas de 30 litros/dia, 8,33% comparando-se a média de fevereiro aos valores desta semana. Já para as vacas de 15 litros, esta mesma dieta teve alta de 5,51%, com o custo na média de R$ 3,51/dia/vaca no final da última semana. Mesmo com esses reajustes, a alimentação balanceada com cana continua sendo a mais barata. Dieta baseada em silagem de milho e concentrado passou a custar R$ 308,03/tonelada de matéria seca para as vacas de 15 litros (R$ 4,25/dia/vaca) e, para as vacas de 30 litros, a R$ 365,30/tonelada de matéria seca (R$ 6,76/dia/vaca).

Fonte: CEPEA/USP, adaptado por Equipe MilkPoint