Preços caem em fevereiro, mas expectativa é de início de recuperação

Publicado por: MilkPoint

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O estudo mensal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP, demonstra que preço do leite continua em queda. O tipo C, recebido em fevereiro, fechou a R$ 0,4121 na média nacional, queda de 2,4% sobre recebido em janeiro. Nos últimos 12 meses, o recuo acumulado é de 2,6% em termos nominais - média nacional. Em valores reais, o preço do leite está 6,84% defasado em relação à inflação medida pelo IGP-DI. Somente na Bahia isso não aconteceu, graças ao aumento dos fretes do produto de outros estados para a região metropolitana de Salvador e a menor oferta. Em Minas Gerais, principal produtor do País, a queda no preço foi de 3,09% com relação a janeiro (veja tabela).


Segundo o pesquisador do Cepea, Leandro Ponchio, as principais bacias do País estão trabalhando com sobre oferta e esse é um dos fatos que, ao lado do sistema extracota, estimula a queda no preço. "Uma das soluções para reverter a queda no preço é diminuição do estoque, que está muito grande", explica. Já na opinião de Maurício Palma Nogueira, da Scot Consultoria a queda se deu devido a um ajuste de mercado, por laticínios que não baixaram os preços pagos e agora o fazem. "Porém a tendência, já a partir de março é de pequena alta, com possibilidade de subir ainda mais em abril", aposta Nogueira.

Além da queda no preço do litro de leite, o produtor também tem que conviver com uma alta nos insumos. De acordo com o Cepea embora alguns produtos, como o milho e o farelo de soja tenham recuado em relação a janeiro - 3,1% e 1,82%, respectivamente, na média em São Paulo -, outros causaram aumento de 1,4% nos custos de dietas baseadas em silagem de milho, sorgo ou cana-de-açúcar. Esse encarecimento se deu, principalmente, pelo aumento da uréia de 8,57% em relação ao mês anterior, prejudicando principalmente produtores que utilizam alimentação baseada em cana picada e concentrado. Mesmo assim, o custo da dieta de cana picada, com colheita mecanizada ainda é um dos menores, estimado em R$ 3,33 por dia por vaca de 15 litros. Já os produtores que utilizam alimentação a silagem de sorgo complementada com uréia, farelo de soja, milho e sal mineral tiveram um aumento menos significativo: 0,63% em relação a janeiro/04. Outro aumento experimentado foi o Cofins - de 3% para 7,6%.

Tudo isso gera oscilação no valor pago pelo litro ao produtor, o que dificulta a administração do negócio. "Ele não consegue fazer uma previsão anual do valor do leite devido a uma grande quantidade de agentes no mercado e isso faz com que se especule muito para a queda no preço", informa Nogueira, da Scot Consultoria. Para ele, o fim da oscilação se dará quando as cooperativas se fortalecerem e houver mais fornecedores em condições iguais de competição.

Em 25 fazendas analisadas pela Scot, a lucratividade liquida média do produtor gira entre R$ 0,01 a 0,03 centavos por litro de leite. Ele afirma que no acumulado do ano de 2004 o preço do leite será maior que em 2003, mas que a lucratividade cairá ainda mais, já que o custo de produção subirá. "Hoje para o produtor começar a lucrar, sua a produção deve atingir cerca 15 mil litros de leite por hectare/ano", conta.

Fonte: Paulo Roberto Brino Mattus da Equipe MilkPoint
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