Parmalat vai recorrer contra a intervenção; BB pode reabrir crédito à empresa
Publicado por: MilkPoint
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Segundo ele, a decisão do juiz "fere todos os princípios" do Direito, começando pelo fato de que os administradores da Parmalat foram destituídos e a intervenção determinada sem que tivessem o direito de se defender. "O voluntarismo do juiz, o descontrole do Judiciário chegou ao ponto de os magistrados começarem a inventar", acusou Felsberg.
Além da decisão de quarta-feira, ele citou como exemplos do descontrole do Judiciário a decisão em favor do governo do estado do Rio de Janeiro, que expropriou a fábrica de Itaperuna, mesmo com todos os ativos da empresa bloqueados por determinação anterior do próprio Abrão. Felsberg lembrou ainda que a decisão da Vara Cível de Castro, que destituiu a Parmalat do controle da Batávia não está prevista de maneira nenhuma na legislação brasileira. "Numa empresa fechada, um sócio pode destituir o outro. Na companhia aberta, não existe isso".
O juiz nomeou três interventores para o conselho de administração da companhia: o ex-diretor do Banco Central, Keyler Carvalho Rocha, que exercerá a função de presidente, Rubens Salles de Carvalho e Jorge Lobo, "todos de excelente conhecimento empresarial".
Keyler Carvalho Rocha, o novo interventor da Parmalat, afirmou que vai restituir a credibilidade da empresa. Atualmente, a multinacional trabalha com apenas 20% de sua capacidade e teve o crédito cortado pelos bancos.
Ele afirmou que vai pedir auxílio ao governo e negociar com os credores um novo cronograma para pagamento das dívidas. Rocha também negocia a liberação de empréstimos com bancos e cancelou 200 demissões previstas.
A sentença proferida pelo juiz determinou a suspensão de todos os pagamentos da Parmalat pelo período de seis meses e adiantou os efeitos da nova Lei de Falências, uma medida que a empresa reivindicava em Brasília e esperava ser adotada por meio de uma medida provisória. Todos os fornecedores e investidores que derem crédito à empresa agora terão a preferência sobre os demais credores no recebimento, caso a empresa venha a falir. Abrão deixou claro a preferência na satisfação de obrigações trabalhistas, no prazo de um ano, e com as cooperativas e demais fornecedores em até 18 meses, sem prejuízo dos que continuarem a fornecer a partir desta data.
Banco do Brasil
Abrão disse que foi informado por representantes do Banco do Brasil que o banco vai prestigiar sua decisão de afastar a diretoria da Parmalat e está interessado em reabrir a linha de crédito para a empresa.
Na decisão, Abrão ainda nacionalizou toda a Parmalat e determinou que os controladores da Itália não terão mais nenhuma interferência na empresa. Disse que Bondi poderá colaborar com o plano de recuperação no Brasil e determinou também que a empresa controladora terá de assumir todas as dívidas das unidades brasileiras. Se forem comprovadas irregularidades na administração, o dinheiro devolvido pelos culpados será usado na recuperação da Parmalat.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Priscilla Murphy, com colaboração de Téo Takar e Thelio Magalhães) e Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe MilkPoint
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