Parmalat promete pagar produtores dia 16

Publicado por: MilkPoint

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A Parmalat Brasil deve saldar suas dívidas com as cooperativas e produtores de leite no próximo dia 16. Isso foi o que garantiu ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, o presidente da empresa, Ricardo Gonçalves.

Segundo o ministro, o governo também avalia a possibilidade de comprar para os programas sociais, como o Fome Zero, o leite em pó das cooperativas que receberam o produto da Parmalat como pagamento dos débitos. Além disso, poderão ser alocados cerca de R$ 250 milhões para operações de Empréstimos do Governo Federal (EGF) destinados à estocagem de leite.

A compra de leite em pó das cooperativas e os recursos para EGF foram sugeridos ao ministro pelo grupo de trabalho criado pela Câmara Setorial do Leite e Derivados para analisar o impacto da crise da Parmalat no mercado brasileiro de laticínios.

Rodrigues esclareceu também que o governo não realizará nenhuma operação para salvar a empresa. De acordo com ele, a preocupação do Ministério é com a situação dos produtores, uma das principais atividades da agricultura familiar. "Temos que garantir a permanência dos pequenos produtores nesse setor para que não haja crise de abastecimento lá na frente, prejudicando o consumidor brasileiro".

O ministro revelou que conversou com o presidente da Parmalat Brasil, e, durante a audiência, Gonçalves informou que viajará à Itália, onde irá propor à matriz da indústria láctea uma blindagem para a filial brasileira. Com isso, é possível que a subsidiária brasileira deixe de transferir dinheiro para a empresa italiana.

Conforme Rodrigues, Gonçalves disse que os problemas mais graves da Parmalat Brasil estão no noroeste do Rio de Janeiro e em Garanhuns, em Pernambuco, onde os produtores fornecem leite com exclusividade para empresa.

O ministro ressaltou que a crise da Parmalat deve servir de alerta para o Brasil modernizar a cadeia produtiva de lácteos. Para o ele, o setor precisa incorporar novas tecnologias para ampliar a produção em escala, agregar renda ao produto e aumentar a renda dos produtores. Na sua opinião, as cooperativas rurais deverão ter um importante papel na reformulação da cadeia produtiva de leite e derivados.
Os supermercados descartam a possibilidade de desabastecimento temida por Rodrigues, e dizem que as afirmações do governo podem gerar "especulações desnecessárias no mercado" e que o setor tem capacidade de atender a demanda interna, caso a crise da Parmalat se acentue.

Até o momento, as empresas de leite não enviaram tabelas de reajustes de preços ou revisaram para baixo os contratos de venda, informaram os supermercados.

O Carrefour e o Pão de Açúcar informaram que o abastecimento está normal e já há contratos fechados para entrega nos próximos meses. Não houve redução nas entregas, assim como não há reajustes de preços programados.

Segundo Rodrigues, o setor atualmente está no auge da safra, quando a maior parte da produção é vendida. Caso o produtor não consiga uma boa remuneração agora, em quatro meses, quando será o período de entressafra, ele passará por um momento difícil de novo. O resultado disso: ou o fornecedor vai à falência ou abaterá o gado para vender a carne e conseguir bancar as despesas. Logo, poderia haver desabastecimento.

O governo informa, no entanto, que a Parmalat compra só um bilhão dos 22 bilhões de litros de leite produzidos no país. O temor, portanto, não teria relação com um baque na capacidade produtiva da empresa, mas com possíveis "especulações" que possam fragilizar o mercado.
Segundo a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), cerca de 9% da produção (1,2 bilhão de litros de leite) não estão sendo absorvidos pelo comércio, o que pode reduzir os preços do produto no mercado nacional.

O reflexo já está sendo sentido pelos produtores. Para a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), cerca de 10% dos fornecedores estão recebendo entre R$ 0,30 e R$ 0,35 por litro de leite, abaixo do preço mínimo de mercado (R$ 0,38).

Fonte: Mapa e Folha de S.Paulo (por Luis Renato Strauss e Adriana Mattos), adaptado por Equipe MilkPoint
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