Parmalat pode colocar plano B em ação: venda de ativos
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 2 minutos de leitura
Em condições normais, a venda da Parmalat seria feita em um só bloco. Dessa maneira, a empresa poderia obter um ágio por sua marca, consolidada com caras campanhas de marketing. Mas a crise da concordatária deve obrigar os controladores a fatiá-la.
Sob comando do interventor Enrico Bondi, a matriz chegou a dispor-se a captar recursos em bancos europeus para investir na empresa brasileira. Mas queria uma garantia para oferecer aos credores: a de que esses recursos teriam prioridade no recebimento. Não conseguiu. "Com o cenário atual, se a matriz perder sua operação brasileira e reduzir o passivo, melhor", disse outra fonte.
No governo, a principal resistência à concessão de ajuda à empresa vem do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Segundo bancos credores, Dirceu tem comentado que é inconcebível dar créditos a um grupo fraudulento, cujas operações no Brasil ainda não foram devidamente investigadas. A posição de Dirceu pode explicar por que o Banco do Brasil, um dos credores da Parmalat, partiu para o bloqueio de recursos das contas da empresa e arresto de bens. O estrangulamento no caixa forçaria a empresa a vender seus ativos, exatamente o que deve ocorrer a partir de agora.
A percepção no governo é a de que qualquer ajuda financeira deve ser dada aos produtores de leite e cooperativas. No fim da semana passada, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que o governo já está propondo às cooperativas que se organizem e assumam fábricas da Parmalat. Além da linha de crédito liberada pelo BB para os produtores de leite, o BNDES deverá financiar a compra de equipamentos, arrendamentos ou capital de giro para as cooperativas. Dessa forma, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quer evitar riscos de desabastecimento de leite na entressafra, daqui a quatro meses.
Nos planos do governo, as parcerias ou arrendamentos das unidades da Parmalat beneficiariam as cooperativas CCGL, CCL, Capil, Castrolanda, Arapoti, Batavo, Itambé e a multinacional Nestlé.
Fonte: Valor OnLine (por Raquel Balarin e Vanessa Adachi), adaptado por Equipe MilkPoint
Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.
Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!
Publicado por:
MilkPoint
O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.