Parmalat deve começar a demitir com paralisação de suas unidades

A Parmalat brasileira, já próxima da paralisia total, deverá demitir voluntária ou compulsoriamente boa parte de seus funcionários nas próximas semanas.

Foi o que informou ontem em São Paulo o sindicato da categoria, segundo o qual a Parmalat Brasil demitirá, até o final do mês, 80 funcionários administrativos e aposentará os 1.632 operários das fábricas de Jundiaí e Araçatuba, ambas em São Paulo, duas das oito que o grupo tem no Brasil. Ao todo, a Parmalat tem seis mil empregados.

Em razão da falta de matéria-prima, estima-se que a empresa esteja trabalhando com 35% de sua capacidade. As fábricas de Jundiaí e Santa Helena (GO) estão totalmente paralisadas. Crescem os indícios de uma paralisia completa das atividades entre hoje e amanhã. Vários prestadores de serviço já deixaram as fábricas de Jundiaí e Araçatuba, onde não há mais serviço de segurança.

O conselho de administração elaborou plano de interrupção temporária das atividades nas instalações. Sem recursos para comprar matéria-prima e endividada com os fornecedores, parece muito difícil para a companhia conseguir manter um mínimo de atividade enquanto aguarda a solução do problema.

O presidente da empresa, Ricardo Gonçalves, ameaçou demitir-se nesta semana caso a empresa não tenha acesso a linhas de créditos e, dessa forma, possa pagar fornecedores e impostos.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Lúcia Kassai), adaptado por Equipe MilkPoint