Parmalat de Itaperuna paga parte de débitos

O governo do Rio do Janeiro continuará apoiando a administração, por um colegiado, da fábrica da Parmalat em Itaperuna. Em reunião realizada na segunda-feira, não houve acordo entre o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, e os advogados da empresa.

Segundo Áureo, a gestão da fábrica de Itaperuna por um colegiado formado por representantes da Procuradoria Geral do Estado, dos trabalhadores do setor de alimentação e de fornecedores permitiu em pouco mais de 30 dias o pagamento de R$ 2,5 milhões a cooperativas da região e de R$ 1,5 milhões a produtores independentes de leite.

"A Parmalat Brasil já tentou derrubar a liminar por duas vezes e perdeu tanto na primeira como na segunda instância", disse Áureo, acrescentando que atualmente são processados 220 mil litros de leite, em média, na unidade do Rio. A produção média antes da crise, de acordo com o secretário, era de 300 mil litros/dia, mas chegou a cair para 60 mil.

Na fábrica, os salários dos 280 empregados, que somam cerca de R$ 400 mil mensais, são pagos pela Parmalat Brasil. O dinheiro resultante das vendas atuais é utilizado como capital de giro, para manter o negócio funcionando. Com isso, restam ainda débitos anteriores superiores a R$ 7 milhões.

"As dívidas da Parmalat com fornecedores e cooperativas somavam R$ 8,5 milhões. Havia também R$ 3 milhões em outras dívidas. Desse total (R$ 11,5 milhões), aproximadamente R$ 4 milhões já foram pagos em dinheiro ou produtos", explicou o secretário estadual de Agricultura.

Só a cooperativa do município fluminense de Miracema recebeu 53 toneladas de leite em pó como pagamento. Procurados ao longo do dia, os advogados da Parmalat Brasil não responderam aos pedidos de entrevista.

Fonte: Valor OnLine (por Rodrigo Carro), adaptado por Equipe MilkPoint