Parmalat Alimentos pede concordata

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 2 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 2
Ícone para curtir artigo 0

A Parmalat Alimentos, subsidiária brasileira do grupo italiano, entrou hoje com pedido de concordata preventiva na 29ª Vara Cível da Justiça de São Paulo.

A empresa informou que o objetivo da concordata é assegurar a sobrevivência e a continuidade da implementação do programa de reestruturação" da Parmalat no país. A medida garante proteção imediata contra credores. As empresas comprometem-se a pagar integralmente suas dívidas no prazo de dois anos, sendo 40% no fim do primeiro ano e o saldo no término do segundo. Só depois de analisar os documentos entregues pelas empresas, os juízes decidirão se aceitam definitivamente a concordata, protegendo as empresas da Parmalat no País de credores e suspendendo a tramitação dos seis pedidos de falência e uma centena de protestos contra a companhia.

"A decisão, embora difícil, tornou-se inevitável", disse o presidente da Parmalat, Ricardo Gonçalves, contratado em 2001 para reestruturar as operações da empresa no Brasil.

Em comunicado oficial, Gonçalves admitiu que também foi pego de surpresa pela dimensão da crise internacional da Parmalat, verificada a partir de novembro de 2003. "Os reflexos da crise internacional, na qual o grupo controlador italiano está envolvido, acabaram contaminando gravemente as operações da Parmalat Brasil", diz o comunicado oficial da empresa. Segundo a companhia, a situação financeira no Brasil foi agravada pelo corte das linhas de crédito pelas instituições financeiras, "algumas das quais inflexíveis".

Este seria o caso do Banco do Brasil, que bloqueou os depósitos da conta da Parmalat, além de obter liminar Justiça determinando o arresto de bens e de estoque da companhia. A Parmalat tem cerca de 6.000 funcionários no país, distribuídos em oito plantas industriais de diversas regiões do país.

Para continuar operando, porém, a empresa terá de obter novos créditos com seus atuais credores, sejam bancos ou fornecedores. Isso porque a atual lei de falências não prevê nenhum tipo de garantias para novos credores durante a fase de recuperação. Essa mudança está prevista na nova lei de falências, em tramitação no Congresso. A Parmalat até poderá se beneficiar da nova lei, mas talvez seja tarde demais, pois ela ainda vai demorar para entrar em vigor. Caso seja aprovada em maio, como previsto, só entrará em vigor 180 dias depois, ou seja, por volta de novembro.

Para o juiz Carlos Henrique Abrão, da 42ª Vara Cível de São Paulo, "o impacto social de uma possível quebra da empresa no Brasil é maior do que na Itália. A concordata, no Brasil, é o caminho natural para a falência. Daqui a dois anos a empresa quebra e deixa de pagar todo mundo".

Fonte: O Estado de S.Paulo (por Thélio de Magalhães, Mariana Barbosa e Priscilla Murphy), Folha de S.Paulo (por Sandra Balbi e Adriana Mattos), adaptado por Equipe MilkPoint
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 2
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Fernando Affonso Ferreira
FERNANDO AFFONSO FERREIRA

ITABUNA - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/01/2004

Engraçado, durante anos a Parmalat operou no Brasil de forma irresponsável, sendo responsável direta pela situação de dificuldades que se encontram várias indústrias cooperativas que, aos trancos e barrancos, ainda sobrevivem.
Juntas, essas indústrias cooperativas representam uma capacidade de produção muito maior que a própria Parmalat.

Será que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, não viram o problema acontecendo?
Roberto Jank Jr.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/01/2004

A Parmalat Brasil não tem culpa do roubo Italiano. Creio ser o momento do nosso setor e o governo agirem para que seja vendida uma operação de laticínios com disponibilidade de matéria prima e share de mercado, e não um conjunto de sucatas de fábricas de leite.

Com a magnitude do patrimônio líquido negativo estou a favor da concordata, desde que fornecedores de leite tenham prioridade e que recursos federais de auxílio sejam empregados através do setor cooperativado.
Qual a sua dúvida hoje?