Nova Parmalat troca volume de vendas por rentabilidade
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Foram anos de prejuízos operacionais na casa dos R$ 100 milhões, camuflados com operações contábeis envolvendo outras empresas do grupo.
Para alcançar o objetivo, a nova administração está reavaliando item por item da extensa lista de produtos da empresa e tenta "blindar" a unidade brasileira das impropriedades cometidas em gestões anteriores.
No final de março, Bastos chegou à presidência do conselho de administração da Parmalat Brasil, encerrando um período de quase dois meses de intervenção judicial. Sócio da consultoria Íntegra, foi chamado pelo interventor da Parmalat italiana, Enrico Bondi, para reestruturar as atividades no país.
Um dos pilares estabelecidos pela nova diretoria é reestruturar a cadeia de laticínios. Mesmo tendo diversas fábricas espalhadas pelo País, a Parmalat costumava tratar o leite como um produto de distribuição nacional. O transporte era feito sem muita racionalidade, o que elevava os custos.
A partir de agora, a produção e distribuição levarão em conta as peculiaridades regionais. Os executivos também estão avaliando quais derivados, e em que proporção, vale a pena produzir.
A prioridade, por enquanto, é tornar as atividades rentáveis para devolver parte do dinheiro perdido pelos credores. Ainda não está definido se a Parmalat quer permanecer no Brasil no longo prazo. O País não consta na lista de mercados prioritários, elaborada por Bondi, que já definiu a venda de ativos em países como Argentina, Chile e Áustria. "Mais importante agora é fazer o ativo render do que pará-lo para colocar à venda", diz Bastos.
Por isso, não necessariamente a Parmalat brasileira vai adequar-se, neste momento, ao portfólio estratégico estabelecido pela Itália: leite e derivados e bebidas.
Para assegurar a volta à normalidade, Bastos tem como desafio recuperar a confiança dos fornecedores. "Estamos tentando mostrar que não temos nada a ver com a administração anterior, que levou a Parmalat a essa situação".
Passada a fase mais crítica, no início do ano, a empresa começa a recuperar alguns fornecedores de leite. Os pagamentos estão sendo feitos a cada 15 dias. "Não temos mais problemas de caixa", ressalta.
O executivo diz que a multinacional está operando a 40% do nível ideal e a previsão é de que o ponto máximo seja atingido em outubro. "A Parmalat nunca mais voltará ao tamanho que já teve", afirma. Mesmo assim, tenta reaver o controle da Batávia (unidade que está sendo gerida por duas cooperativas, donas de 49% do capital) e da unidade de Itaperuna, no Rio (sob intervenção judicial).
Fonte: Valor OnLine (Talita Moreira e Carolina Mandl), adaptado por Equipe MilkPoint
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