Nestlé suspende investimento no Espírito Santo

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 2 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

A Nestlé suspendeu investimentos de US$ 150 milhões no Espírito Santo. A decisão foi anunciada pelo presidente da multinacional no Brasil, Ivan Zurita, que pela primeira vez reuniu os funcionários da Chocolates Garoto, na fábrica em Vila Velha, para um pronunciamento.

Zurita classificou como "uma luta pessoal" a campanha para tentar reverter a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que anulou a compra da Garoto pela Nestlé. O secretário de Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo, Júlio Bueno, anunciou que o Estado vai recorrer da decisão do Cade.

A perda da Garoto é insignificante para o desempenho financeiro da Nestlé. Representa apenas 0,5% do lucro operacional. Mas do ponto de vista de imagem, significa uma dura derrota para a multinacional, que busca posição dominante no setor de chocolates na América Latina.

Zurita passou ontem o dia em Vila Velha, buscando apoio para as ações judiciais que a Nestlé pretende deflagrar. Aos funcionários da Garoto, ele garantiu que a Nestlé "não abre mão" da empresa, segundo fontes que assistiram o pronunciamento. O presidente da multinacional não falou em venda nem fechamento da fábrica e prometeu que iria retornar ao mesmo local para comunicar que "a Garoto é nossa".

Bueno considera que a aquisição da Garoto pela Nestlé "foi tratada de forma absolutamente equivocada" pelo Cade. "Isto significa mais um risco para o investidor no Brasil", afirmou. Para ele, a decisão vai inibir o investimento e a criação de postos de trabalho no Espírito Santo. Criticou também o fato de o Cade ter determinado que a compra seja desfeita depois de passados 23 meses da sua realização.

Após este longo período, alega, a Nestlé já tem amplo conhecimento dos aspectos mais estratégicos da Garoto, como os supridores, as fórmulas, o mercado, e os canais internos e externos de venda. Esse conhecimento pode tornar mais fácil para a Nestlé descontinuar a marca Garoto e as atividades da empresa, em vez de vendê-la, caso a primeira hipótese se encaixe melhor na estratégia da empresa.

Caso a Nestlé efetivamente decida vender a Garoto, observou Bueno, o prazo de 150 dias dado pelo Cade é curto demais. "Tem de acertar preço, fazer due diligence (avaliação legal e administrativa), envolver advogado; isto é negócio para um ano", afirmou. O Cade informou que o prazo poderá ser prorrogado a pedido da multinacional suíça, mas o conselho não admitirá que a situação se torne "indefinida".

Fonte: O Estado de S.Paulo (por Irany Thereza, Fernando Dantas, com colaboração de Nicola Pamplona e Theo Saad) e Valor OnLine (por Assis Moreira, André Vieira e César Felício), adaptado por Equipe MilkPoint
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Qual a sua dúvida hoje?