Nestlé suspende investimento no Espírito Santo
Publicado por: MilkPoint
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Zurita classificou como "uma luta pessoal" a campanha para tentar reverter a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que anulou a compra da Garoto pela Nestlé. O secretário de Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo, Júlio Bueno, anunciou que o Estado vai recorrer da decisão do Cade.
A perda da Garoto é insignificante para o desempenho financeiro da Nestlé. Representa apenas 0,5% do lucro operacional. Mas do ponto de vista de imagem, significa uma dura derrota para a multinacional, que busca posição dominante no setor de chocolates na América Latina.
Zurita passou ontem o dia em Vila Velha, buscando apoio para as ações judiciais que a Nestlé pretende deflagrar. Aos funcionários da Garoto, ele garantiu que a Nestlé "não abre mão" da empresa, segundo fontes que assistiram o pronunciamento. O presidente da multinacional não falou em venda nem fechamento da fábrica e prometeu que iria retornar ao mesmo local para comunicar que "a Garoto é nossa".
Bueno considera que a aquisição da Garoto pela Nestlé "foi tratada de forma absolutamente equivocada" pelo Cade. "Isto significa mais um risco para o investidor no Brasil", afirmou. Para ele, a decisão vai inibir o investimento e a criação de postos de trabalho no Espírito Santo. Criticou também o fato de o Cade ter determinado que a compra seja desfeita depois de passados 23 meses da sua realização.
Após este longo período, alega, a Nestlé já tem amplo conhecimento dos aspectos mais estratégicos da Garoto, como os supridores, as fórmulas, o mercado, e os canais internos e externos de venda. Esse conhecimento pode tornar mais fácil para a Nestlé descontinuar a marca Garoto e as atividades da empresa, em vez de vendê-la, caso a primeira hipótese se encaixe melhor na estratégia da empresa.
Caso a Nestlé efetivamente decida vender a Garoto, observou Bueno, o prazo de 150 dias dado pelo Cade é curto demais. "Tem de acertar preço, fazer due diligence (avaliação legal e administrativa), envolver advogado; isto é negócio para um ano", afirmou. O Cade informou que o prazo poderá ser prorrogado a pedido da multinacional suíça, mas o conselho não admitirá que a situação se torne "indefinida".
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Irany Thereza, Fernando Dantas, com colaboração de Nicola Pamplona e Theo Saad) e Valor OnLine (por Assis Moreira, André Vieira e César Felício), adaptado por Equipe MilkPoint
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