Nestlé pretende reajustar preços de produtos lácteos

A Nestlé informou grandes supermercados do país que deverá enviar novas tabelas com reajustes de preços dos produtos derivados do leite. Os aumentos negociados neste momento variam de 10% a 20% e atingem a mesma linha de produtos fabricados pela Parmalat.

Zurita disse no último dia 14 que a Nestlé poderia comprar parte da produção de leite que hoje é absorvida pela Parmalat, caso a indústria italiana suspendesse as atividades no país, minimizando os efeitos da crise.

Não houve pressão no valor das matérias-primas usadas nessas mercadorias recentemente. A alta foi verificada em 2002 e 2003. Ocorreu, na prática, uma queda no dólar neste mês, o que tende a baratear o preço de insumos presentes nesses itens.

A possibilidade de repassar ao varejo as pressões no valor das matérias-primas em anos anteriores poderia levar a reajustes agora. A busca da recomposição de margem de lucro também pode ser outra razão para aumentos.

A Parmalat reduziu de forma expressiva a produção de algumas mercadorias que devem sofrer reajustes da Nestlé agora. A linha de produção de biscoitos, por exemplo, ficou dez dias paralisada. Além disso, a empresa está inadimplente com algumas transportadoras. Resultado: as lojas têm recebido itens da Parmalat sem regularidade.

Neste cenário, empresas de alimentos tendem a aumentar o poder de barganha ao negociar preços e descontos com as lojas. A Nestlé, concorrente direta da empresa, compra 8% da produção nacional de leite.

Tetrak Pak: embalagens só à vista

A fabricante de embalagens Tetra Pak informou ontem que o fornecimento de seus produtos à Parmalat será mantido, desde que a empresa efetue os pagamentos à vista ou adiantado. "Esta é a prática de mercado para empresas que se encontram em situação de concordata", afirmou a assessoria da empresa. A Parmalat é um dos maiores clientes da Tetra Pak.

Fonte: Folha de S.Paulo (por Adriana Mattos) e Estado de S. Paulo (por Vera Dantas e Mariana Barbosa), adaptado por Equipe MilkPoint