Mineiros: liderança em produção leiteira é a especialização
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 3 minutos de leitura
As fazendas em questão deram ao pecuarista Silva, a oitava posição como maior produtor de leite do País, no Top 100 2003. Em 2001, quando o levantamento diferenciava os tipos da leite em A, B e C, o criador foi o primeiro colocado em produção de leite C. A produção de leite em 2003 alcançou 6.482.725 de litros, com média diária de 17.760 kg, a partir de um rebanho com 1550 vacas em lactação. O veterinário Soares prevê um aumento de 15% na produção das fazendas e diminuição de custos com silagens e concentrado da mesma ordem.
O caso de Sebastião Antônio Silva é muito particular. A produção de leite é obtida em 21 retiros, operados por 100 funcionários, resultando em uma média de 177,6 litros por funcionário por dia. Aliás, os empregados são, nas palavras de Soares, sócios, já que a eles é destinado 24% do faturamento de toda a produção. Porém, os 100 "sócios" são também responsáveis pelo mesmo percentual das despesas.
A fazenda também se preocupa com os custos de alimentação. A partir da introdução de subprodutos como caroço de algodão e polpa cítrica, estes foram reduzidos em cerca de 35%. "O que também tornou o rebanho significativamente mais produtivo e eficiente", explica o veterinário.
Ainda com relação à produtividade Soares conta que a reprodução do gado melhorou muito, quando as fazendas passaram a adotar touros de linhagem provada para a inseminação no seu rebanho composto majoritariamente por Girolando 3/4. Na ordenha, 40% do processo se dá de maneira mecânica e 60% manual, mas os percentuais devem ser invertidos até o final de 2004.
Hoje o custo do litro de leite para as fazendas de Sebastião Antonio da Silva, que atua no setor há mais de 50 anos, é de R$ 0,40. No valor estão incluídos gastos com mão-de-obra, alimentação do gado, remuneração do capital investido, depreciação de máquinas, investimentos em proteção e limpezas de pastagens, combustível, energia e impostos.
Soares conta que durante a crise da Parmalat, o produtor mineiro também viu sua lucratividade diminuir. "Nesse período, os compradores pressionaram e chegaram derrubar o preço em 10%", conta ele.
Educampo
As propriedades de Silva aderiram ainda ao projeto Educampo, desenvolvido por meio de uma parceria entre o Sebrae e o laticínio Embaré, que adquire o leite das propriedades, que visa levantar os seus principais pontos de estrangulamento. Nesse projeto todos os custos das fazendas serão reavaliados visando diminuir o que for possível. Pela parceria a Embaré assume os custos, como o salário de um engenheiro agrônomo contratado para fazer os levantamentos, e o Sebrae fica responsável pelos relatórios e todo o treinamento. Levantados os possíveis problemas metas e prazos para o cumprimento das mesmas serão estabelecidas.
"Pecuaristas de outras fazendas nos visitam regularmente para conhecerem e aderirem ao projeto", explica Manoel Soares Ribeiro. Ele acredita a constante preocupação com a gestão pecuária se reflete no produto final, propiciando maior qualidade e tornado-o mais competitivo. "Com isso Minas Gerais continuará, pelo menos nos próximos anos, a ser o principal produtor de leite do País", aposta.
Fonte: Paulo Roberto Brino Mattus, da Equipe MilkPoint
Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.
Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!
Publicado por:
MilkPoint
O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.