Mesmo sem fornecer à Parmalat, produtores gaúchos temem efeitos da crise da empresa

Os produtores de leite de Carlos Barbosa, um dos maiores pólos do Rio Grande do Sul, não sofrem prejuízos com a crise da Parmalat, mas muitos já estão perdendo o sono. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Vilson Cichelero, integrante da Comissão Estadual do Leite, já manifestou preocupação, pois tem informações de que a unidade em Carazinho poderia ser negociada por outra empresa.

Ele reconheceu que, hoje, a Elegê seria uma das únicas indústrias que poderiam adquirir a unidade, mas teme a concentração da produção. Para Cichelero, o ideal seria a formação de um pool de cooperativas para assumir a empresa. "Não tem como uma única cooperativa assumir a produção, pois a Parmalat é maior que as três maiores cooperativas gaúchas, a Santa Clara, a Piá e a Cosulati".

Há cerca de dois anos, os produtores do município passaram a fornecer para outras empresas e cooperativas do RS. Ele estimou que, no máximo, 20 produtores de Carlos Barbosa fornecem leite para a Parmalat. Mesmo com um número baixo de fornecedores, disse que os produtores investiram pesado em equipamentos, instalações e animais.
No dia 15, uma audiência pública discutirá o assunto em Carazinho.

A idéia é envolver o governo, o Ministério Público e a sociedade. "Queremos criar uma comissão com representação plural", afirmou Quintino Severo, presidente da CUT-RS. A Parmalat foi convidada a participar da ação.

Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe MilkPoint