Matriz italiana da Parmalat quer assumir empresa no Brasil
Publicado por: MilkPoint
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Caso a intervenção no Brasil caia e, com um mandato da Parmalat italiana nas mãos, esses representantes poderiam nomear novo conselho de administração e nova diretoria por meio de uma assembléia de acionistas.
A aposta dos advogados que representam a matriz é que os interventores Keyler Carvalho Rocha, Rubens Salles de Carvalho e Aroldo Camillo Filho, nomeados pelo juiz Carlos Henrique Abrão, da 42ª Vara Cível de São Paulo, serão destituídos.
Isso porque, na semana passada, uma decisão do juiz Roque Mesquita, do 1º Tribunal de Alçada, reconduziu Ricardo Gonçalves e Andrea Ventura aos seus cargos. Mesquita, no entanto, não fez referência aos interventores, o que criou uma discussão sobre quem está no comando da empresa.
Outro golpe na intervenção foi dado na última quinta-feira (04), quando o terceiro vice-presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Flávio Pinheiro, criticou Abrão em despacho preliminar. A decisão de intervir na empresa, segundo Pinheiro, foi "excessiva".
Na tarde da última quinta-feira, os administradores judiciais, os advogados da matriz e o juiz Abrão tiveram uma reunião a portas fechadas no tribunal. O objetivo, segundo o interventor Keyler Carvalho Rocha, foi "discutir o interesse da Parmalat Itália em participar da solução da crise". "Existe um interesse comum em se dar uma solução comum para a Parmalat. Toda a ajuda é bem-vinda", afirmou ele.
O combinado, segundo Rocha, foi que as conversas continuariam nesta semana. "Por enquanto é um início de conversa", disse. Ele confirmou que a consultoria Íntegra foi contratada pelo escritório Felsberg (que representa a Parmalat italiana) para estudar alternativas para a empresa brasileira. Uma delas seria a injeção de recursos da matriz. Advogados do escritório não foram localizados para confirmar a informação.
Apesar de nada ter sido descoberto contra a antiga diretoria, o objetivo da matriz com a troca da gestão é dar nova cara à Parmalat, cuja imagem está arranhada com o escândalo financeiro. Ao fazer isso, a controladora acredita que a empresa brasileira conseguiria crédito mais facilmente, seu principal problema hoje.
Segundo uma fonte, os interventores estariam mais flexíveis porque teriam percebido que, em uma situação de disputas judiciais, ninguém está disposto a oferecer crédito para a empresa.
Se houvesse a retirada da administração judicial, segundo fonte próxima às negociações com a Itália, a controladora estaria disposta a enviar recursos ao Brasil.
A administração judicial no Brasil sofreu uma derrota na sexta-feira (05). O recurso apresentado pela empresa para retomar o comando da Batávia foi rejeitado pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Dona de 51% da Batávia, a Parmalat está afastada da gestão por meio de liminar obtida pelas cooperativas Central de Laticínios do Paraná (CCLPL) e Agromilk, que detêm 49%. O advogado que representa as cooperativas, Marcelo Bertoldi, disse que a CCLPL e a Agromilk devem se reunir nesta semana com o BNDES para discutir a compra da participação da Parmalat.
Fonte: Folha de S.Paulo (por Maeli Prado) e Valor OnLine (por Carolina Mandl e Talita Moreira), adaptado por Equipe MilkPoint
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