Leite in natura vendido em MS é contaminado
Publicado por: MilkPoint
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O estudo do Iagro mostrou que existe adição de água em até 52% das amostras coletadas. Já a contaminação por coliformes fecais chegou a 84,5%, enquanto na brucelose 20,6% das amostras deram positivo, e mais 20,6% ficaram sob suspeita.
O resultado dessa avaliação sustenta decisões do Ministério Público como a de Dourados, que desde o dia 2 de maio a venda do leite de canequinha está vetada. Das amostras de Dourados, especificamente, 100% acusaram contaminação.
Para ratificar a comprovação, o Iagro está novamente coletando amostras em Dourados. Para o gestor da inspeção, Antônio Carlos Freitas Ribeiro, a resistência dos produtores em pasteurizar o produto pode estar ocorrendo pelo receio de ser constatada a fraude de adição de água na entrega do leite ao laticínio.
O diretor de Operações do Iagro, Osvaldo Pereira Dias, alerta que o problema é grave e que já foram confirmados casos recentes de contaminação. Além da brucelose e da tuberculose, que são mais graves, o leite contaminado também pode provocar diarréias severas, que podem levar à morte por desidratação.
Dias lembra que o laticínio de Dourados chegou a entrar em acordo para pasteurização a R$ 0,20 o litro, custo que seria dividido entre prefeitura, governo estadual e produtores. Ainda assim a resistência é grande e desde a semana passada dois leiteiros foram presos no município. O Iagro está encontrando dificuldade até mesmo para coletar as amostras de leite para a análise.
Consumo
A população do município de Dourados consome cinco mil litros de leite in natura por dia, informa a Associação dos Vendedores de Leite de Dourados, que reúne 120 fornecedores.
A diferença de preço para o leite pasteurizado é quase nula: o in natura é vendido de R$ 0,90 a R$ 1 o litro, mas a população alega vantagem no pagamento a prazo, por mês.
Um acordo intermediado pela prefeitura de Dourados resolve de forma provisória o problema da venda do leite in natura no município. Provavelmente a partir de hoje, cerca de 80 leiteiros pagarão R$ 0,15 e o governo estadual pagará R$ 0,05 por litro de leite a ser pasteurizado em um laticínio da cidade. A medida durará 90 dias, até que a prefeitura tenha concluído um minilaticínio para atender os pequenos produtores.
O acordo foi divulgado ontem pelo prefeito de Dourados, Laerte Tetila (PT). A decisão atende os produtores ligados à Associação dos Vendedores Ambulantes de Leite de Dourados (Avaleite). Depois da pasteurização, eles recolherão as embalagens com o leite e venderão normalmente aos clientes. Cada litro custa em média R$ 1.
Fonte: Campo Grande News (Fernanda Mathias e Maristela Brunetto) e Correio do Estado (Rosana Siqueira), adaptado por Equipe MilkPoint
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