Interventor da Parmalat na Itália consegue 105,8 milhões para capital de giro

O interventor nomeado pelo governo italiano para administrar a Parmalat, Enrico Bondi, anunciou ontem que obteve um empréstimo de 105,8 milhões, para manter a empresa funcionando. O capital foi estruturado por um consórcio de 20 bancos, 19 deles italianos, incluindo o Intesa, San Paolo Imi e Antoniana Popolare Veneta, e o alemão Deutsche Bank.

O financiamento, a ser desembolsado em duas parcelas, dará capital de giro para a Parmalat continuar funcionando pelos próximos 12 meses, disse uma pessoa familiarizada com as contas da empresa. Desde dezembro, a nova administração da Parmalat mundial, nomeada pelo Ministério da Indústria da Itália, vem recebendo ajuda do governo, por meio de isenções de impostos. No Brasil, a Parmalat está sob intervenção da Justiça brasileira, que afastou a controladora italiana da administração da filial.

Paralelamente, Bondi requisitou a um tribunal a apreensão judicial dos bens de todos os administradores que fizeram parte do conselho de administração e de auditores internos, desde 1990, quando a empresa abriu capital, numa tentativa de conseguir mais capital de giro, disse uma fonte da Justiça italiana.

Como interventor, Bondi tem o poder de revogar transações financeiras realizadas nos dois anos que precederam o pedido de concordata, feito em dezembro. Advogados que trabalham com Bondi teriam dito que a empresa planeja recuperar centenas de milhões de euros de bancos internacionais por meio desse expediente, segundo noticiários locais. Para isso, entretanto, a Parmalat teria de provar que os bancos conheciam a verdadeira situação financeira da empresa ao preparar os financiamentos.

Fonte: O Estado de S.Paulo, adaptado por Equipe MilkPoint