Intervenção interrompe negociações com Itambé

A intervenção da Justiça na Parmalat interrompeu negociações que a empresa fazia com a Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais, dona da marca Itambé, para arrendamento, com opção de compra, de duas de suas unidades. Segundo o Valor, a Itambé tem interesse nas fábricas da Parmalat em Garanhuns (PE), para produção de leite longa vida e iogurte, e em Itaperuna (RJ), para produção de leite em pó e leite condensado. Ambas têm importância estratégica, pois estão em regiões com pouca concorrência de outros laticínios.

A Parmalat já havia apresentado proposta para a cooperativa. Com a intervenção, não se sabe se a negociação seguirá em frente. A Itambé não é a única a ter interesse em ativos da Parmalat. Cooperativas gaúchas querem a unidade de Carazinho (RS) enquanto goianas gostariam de assumir a unidade de Santa Helena de Goiás (GO). Na Batávia, a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná (CCLPL) e Agromilk - donas de 49% da empresa - querem comprar os 51% que são da Parmalat.

A assembléia geral extraordinária (AGE) da Parmalat Alimentos realizada na sexta-feira, aberta ao público, foi transformada pelos interventores numa reunião para tentar convencer os credores a injetar dinheiro na companhia.

Os interventores - Keyler Carvalho Rocha, Jorge Lobo e Rubens Salles de Carvalho e o juiz Carlos Henrique Abrão participaram da AGE.

No evento, um integrante do comitê de fiscalização da Parmalat disse que os interventores estavam próximos de conseguir um empréstimo de R$ 70 milhões com a Nossa Caixa. O banco paulista negou a informação.

Lobo, do comitê, disse que vai propor aos bancos que troquem créditos por ações da empresa.

Fonte: Valor Econômico (por Alda do Amaral Rocha, Talita Moreira e Carolina Mandl), adaptado por Equipe MilkPoint