Indústrias de lácteos da Argentina voltam a investir

O setor leiteiro da Argentina começou 2004 com um novo impulso e os investimentos anunciados pelas indústrias do setor parecem confirmar isso. Os empresários foram encorajados por duas razões: previsões de um forte crescimento das exportações - especialmente para novos destinos - e um incipiente ressurgimento do mercado interno, duas tendências que se consolidam com um aumento de cerca de 5% na produção prevista para este ano.

Os empresários apostam na recuperação do mercado interno, um nicho mais conhecido, já que antes da recessão 90% da produção argentina era destinada a este mercado. Os investimentos anunciados nos últimos meses pelas companhias dão indícios de que a coisa marcha por este caminho.

A firma Verónica, que tem fábricas em Suardi e Totoras (Santa Fé), investiu US$ 7 milhões para construir uma nova fábrica de leite em pó em Lehmann, também em Santa Fé. A previsão é que a fábrica esteja funcionando em junho deste ano e permitirá produzir 400 mil litros de leite diários, fazendo com que a produção da companhia suba para 550 mil litros por dia. Toda a produção desta nova fábrica será destinada a abastecer o mercado externo, especialmente países como Argélia, Oriente Médio, Ásia, Brasil e Chile.

A Williner ampliou seu estabelecimento localizado em Bella Italia, a oito quilômetros de Rafaela, e investiu US$ 4 milhões. Com esta medida, a empresa, que tem cinco fábricas em Santa Fé (Arrufó, Suardi, Rafaela, Bella Italia e El Trébol) e que comercializa os produtos Ilolay e De Lorenzi, também aposta no abastecimento da demanda externa. A ampliação da fábrica permitirá à companhia aumentar a capacidade de secagem em 600 mil litros diários, de forma que a produção total alcançará um milhão de litros.

A Nestlé também busca posições no mercado interno argentino. A filial da multinacional suíça anunciou que investirá 50 milhões de pesos (US$ 17,60 milhões) para potencializar suas marcas e recuperar a demanda doméstica que foi afetada pela crise. Também dentro dos planos da companhia está aumentar as exportações, que representam 30% do volume total faturado.

Com uma estratégia baseada fundamentalmente em ganhar mercado doméstico e também potencializar suas já volumosas exportações, a companhia de produtos lácteos Granja La Salamandra, que fabrica queijos, sorvetes e doce de leite, também se lançou em uma estratégia expansiva. Para isso, a empresa comprou uma fábrica de queijos em Catamarca, onde fabricará variedades típicas da região noroeste. Por outro lado, a La Salamandra quer consolidar o nível de vendas externas - que já somam US$ 25 mil mensais - para chegar aos US$ 30 mil. Para se posicionar no mercado doméstico, a companhia, que conquistou um mercado mais seleto, também decidiu modificar as embalagens dos doces de leite e embalar em forma industrial os queijos, que antes eram embalados de forma artesanal.

Em 04/05/04 - 1 Peso Argentino = US$ 0,35211
2,84000 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

Fonte: La Capital, publicado em Lechería Latina, adaptado por Equipe MilkPoint