Grupo temático lutará por interesses do setor

Publicado por: MilkPoint

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No último dia 23 de março, a Câmara Setorial do Leite se reuniu para discutir assuntos ligados à cadeia. Várias foram as pautas do encontro, entre elas a situação atual da planta da Parmalat em Carazinho (RS), as frases de advertência estampadas nos rótulos de leite pelo Ministério da Saúde e outros assuntos relativos ao segmento.

Sobre as frases estampadas nos rótulos de leite, os participantes da reunião consideram que as mesmas são agressivas pelo fato do leite ser um produto benéfico à saúde. As advertências em questão poderiam ser minimizadas. No leite integral consta a seguinte frase: "O Ministério da Saúde adverte: este produto não deve ser usado para alimentar crianças menores de 1 ano, salvo sob orientações expressa do médico e do nutricionista - O aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os 2 anos de idade ou mais." Já no rótulo do leite desnatado há seguinte frase: "O Ministério da Saúde adverte: este produto não deve ser usado para alimentar crianças, só sob indicação expressa do médico e do nutricionista."

"Frases com advertências tão agressivas são legítimas em produtos maléficos à saúde, como é caso do tabaco, mas não tem cabimento um produto alimentício ter tamanhas advertências. Não é desta maneira que se incentiva o aleitamento materno", exemplifica Rodrigo Alvim, presidente da Comissão de Pecuária do Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e da Câmara Setorial do Leite junto ao Mapa.

Alvim conta que foram os próprios produtores que levantaram a discussão, enquanto que o correto seria que a indústria tivesse informado os produtores, no momento em que isso foi decidido pela Anvisa. "Na Câmara dos Deputados, o PL 69-15 já tramitou em 3 comissões sobre esta decisão e atualmente está na Comissão de Constituição e Justiça. Convidamos o Ministério da Saúde a participar deste encontro, mas eles não compareceram", contou Alvim. Apesar da reivindicação do setor junto ao Ministério da Saúde, a frase veiculada será mantida e nenhuma alteração ainda está aprovada.

Foi com este objetivo que o grupo reunido na Câmara resolveu criar um grupo temático que defenderá os interesses do setor lácteo. A proposta do grupo é estabelecer políticas de longo prazo para a pecuária leiteira, propiciando um crescimento sustentável do setor, bem como fazer análises de mercado e defender os interesses dos pecuaristas junto à indústria.

O grupo ainda não está fechado, mas já foram estabelecidas as entidades que participarão da comissão, entre elas estão: representantes das indústrias, sistemas de produção, cooperativas, Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Leite Brasil, Contag, Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério da Agricultura. "Estarão envolvidos desde o governo até a iniciativa privada", revela Alvim.

Perspectivas para 2004

Com relação ao futuro do setor leiteiro, Alvim destaca uma grande preocupação com as crises que o setor enfrenta todos os anos com a queda do preço do litro de leite pressionado por varejistas e laticínios no período de safra.

O presidente da Comissão de Pecuária de Leite da CNA também cobrou do governo mais ações no segmento. "Este ano houve uma ausência de políticas públicas que são necessárias no momento em que se fala em excesso de oferta do produto no País. Estamos cada vez mais nos profissionalizando na pecuária leiteira e cada vez mais diminuindo esta sazonalidade entre o período de safra e entressafra", conta o presidente.

A respeito da unidade da Parmalat, de Carazinho, Alvim afirma que o problema maior não está apenas naquela planta, que apesar de trabalhar com apenas 10% de sua capacidade, ainda está funcionando. "Devemos nos preocupar com as plantas que já paralisaram sua produção, como Santa Helena em Goiás e Garanhuns em Pernambuco, que hoje opera apenas 50% de sua produção".

Ainda nessa reunião foi divulgado o resultado da pesquisa realizada pela CNA, para o projeto Conhecer, que teve o intuito de apurar a opinião dos produtores leiteiros do País sobre os efeitos da crise Parmalat na produção leiteira. Constatou-se que 50% dos produtores vão reduzir a produção de leite e diversificar em outras atividades, enquanto que a outra metade dos entrevistados disse que a produção será mantida ou aumentada. Preocupado com as estatísticas, Rodrigo Alvim declara "Isso é extremamente preocupante".


Fonte: Juliano Fantazia, da Equipe MilkPoint
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Elizario Pedrozo
ELIZARIO PEDROZO

ENÉAS MARQUES - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/04/2004

SOU UM PEQUENO PRODUTOR DE LEITE, INICIEI MEU PROJETO A 4 ANOS, TENHO UMA PRODUÇÃO MENSAL DE 7.000 LITROS, FICO INDIGNADO QUANDO TENHO CONHECIMENTO DE UM ASSUNTO DESTA NATUREZA. ASSIM COMO TODOS, TENHO MEUS SONHOS NO SETOR LEITEIRO. ENQUANTO QUE OS OUTROS PAISES FAZEM SUA POLITICA DE PROTEÇÃO DO SETOR, USANDO TODOS OS MEIOS PARA INCENTIVAR A PRODUÇÃO, O NOSSO SÓ FAZ DISCURSO FOME ZERO, LEITE NA MERENDA ESCOLAR, ETC. SE ISSO ACONTECESSE TERIAMOS QUE AUMENTAR A NOSSA PRODUÇÃO. PORÉM, EM VEZ DO INCENTIVO VEM UMA MEDIDA DESTA, CONTRÁRIA AO QUE A GENTE SEMPRE FOI ORIENTADO, DA IMPORTÂNCIA DO LEITE NA ALIMENTAÇÃO HUMANA. FALTA CRIATIVIDADE PARA DAR ENFOQUE A IMPORTANCIA DO AMAMENTAÇÃO MATERNA, E DESPREPARO POR PARTE DO GOVERNO QUE TANTO PROMETEU SOBRE A VALORIZAÇÃO DO SETOR PRODUTIVO, DO SETOR AGROPECUARIO, QUE TANTO TEM FEITO PELA ECONOMIA DESTE PAIS. ESTOU ESTARRECIDO, A DECEPÇÃO TOMOU PROPORÇÕES INCALCULÁVEIS, COM UM DESPREPARO TÃO GRANDE.
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