Goiás tem balanço positivo do setor leiteiro em 2003

O déficit da balança comercial de lácteos foi substancialmente reduzido em 2003, segundo avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em Goiás, conforme o presidente da Centroleite, Haroldo Max de Souza, o balanço também é positivo, apesar da queda abrupta dos preços no fim do ano.

A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás ainda não fechou o balanço do ano passado, mas a previsão é de que a produção tenha atingido a casa dos 2,45 bilhões de litros. Souza lembrou que não se concretizaram as previsões catastróficas para a atividade no ano passado. Até novembro, o mercado fluiu naturalmente, sem grandes sobressaltos, pelo menos no âmbito da Centroleite, que reúne 13 cooperativas, com recepção média de 750 mil litros diários de leite.

Os preços atingiram pico de R$ 0,56 o litro e média de R$ 0,35. Em novembro registrou-se queda na cotação, que permanece em torno de R$ 0,40. Ele atribui a redução à maior oferta do produto. No cômputo geral, calculou, as cotações determinaram balanço positivo no ano.

Já o secretário de Agricultura, José Mário Schreiner, ressaltou que os preços caíram para o produtor, mas não para o consumidor, o que deixa antever que a questão não decorre apenas de uma superoferta.

Os desafios que se apresentam para o setor, na opinião de Souza, são a necessidade de produção em escala e o controle de custos. Ele avaliou que o produtor goiano está em processo de mudança, de organização, tanto que 85% do volume de leite comercializado pela cooperativa já são granelizados e acredita que essa realidade seja refletida em todo o Estado. A evolução da produção de leite no Brasil dependerá do comportamento da comercialização entre o final de 2003 até fevereiro deste ano. Atualmente, os produtores estão enfrentando forte queda nos preços, o que pode gerar retração na oferta.

Representantes do setor já elegeram um conjunto de medidas como forma de estimular a atividade: incluir o leite nos programas governamentais, garantir a operacionalização do Projeto de Aquisição e Distribuição da Produção Familiar de Leite e o efetivo funcionamento dos instrumentos de apoio à comercialização, manter as medidas antidumping e elevar os impostos de importação de leite em pó, queijos e soros para 35%.

Outra proposta é a implementação de um programa de retenção de matrizes bovinas.

Fonte: O Popular/GO, adaptado por Equipe MilkPoint