Gaúchos têm mais opções de marcas de leite

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 3 minutos de leitura

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Diante da crise na Parmalat, a Bom Gosto, de Tapejara (RS) ampliou seu espaço no mercado de leite. Deu um salto de produção a partir da redistribuição da matéria-prima antes absorvida pela multinacional italiana. No início do ano, o envase de longa vida na Bom Gosto era de 210 mil litros por dia. Passou para 300 mil, um aumento de 42,85%. Cerca de 40% desse volume é vendido no Rio Grande do Sul. O restante segue para Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

Em conseqüência dos problemas que afetaram a Parmalat no início do ano, a visibilidade de marcas de leite nos supermercados na capital gaúcha aumentou. Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), indústrias que já existiam ficaram fortalecidas. Os grandes supermercados, porém, não informam quais fornecedores avançaram no espaço deixado pela multinacional e tampouco os volumes e os preços negociados.

Se o preço ao consumidor não sofreu grandes alterações em razão desse movimento de mercado, para os supermercados foi um bom negócio. O presidente da Agas, Antônio Longo, informa que o setor sempre trabalhou com margem mínima de lucro e que hoje opera com variação de 5% a 10%. Longo acredita, no entanto, que o fortalecimento de marcas tidas como secundárias é um fenômeno regional. "Há cooperativas muito bem organizadas, que sempre primaram pela qualidade, e elas conseguiram absorver todo esse leite. É positivo para o consumidor", afirma Longo.

Elton Weber, da direção da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), confirma a diversificação. "Existem mais indústrias menores e médias. E há indústria com mais de uma marca no mercado". Os números comprovam o crescimento de produção da Cooperativa Agropecuária Petrópolis Ltda, a Piá, de Nova Petrópolis, da qual Weber é vice-presidente. Há sete anos, a Piá envasava em torno de 80 mil a 100 mil litros de leite por dia. Hoje, a produção é de 200 mil litros diários. "Quando entrou o longa vida, por volta de 1997 e 1998, ou você investia ou caía fora do mercado. Muitas empresas se ajustaram às necessidades tecnológicas", observa Weber.

Na avaliação do secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínio (Sindilat), Jones Raguzoni, com a crise da Parmalat o produtor pôde escolher para quem entregar o leite no Rio Grande. "Diante da diversidade de plantas industriais, a crise da Parmalat não teve conseqüências drásticas. No estado, há um acirramento da concorrência".

Segundo o Sindilat, houve indústrias que terceirizaram a produção. Isso fez com que ocorresse proliferação de marcas. Em 1999, o Rio Grande do Sul vendia 33,8% da produção leiteira para outros estados. Em 2003, 60% da produção foram negociadas para além das fronteiras gaúchas. Outro fator apontado pelo Sindilat como importante no fortalecimento de pequenas e médias indústrias é o acesso a novas tecnologias, embora no Brasil uma empresa, a Tetra Pak, seja responsável pela fabricação de 98% dos sistemas de envase. No Rio Grande do Sul, do total de leite captado em 1999, em torno de 71% foram transformados em longa vida. O leite de saquinho representava 27,5%. Em 2003, o longa vida passou para 80,7%.

Preferência

Para a professora aposentada Jeny Borges, o que faz a diferença é o preço. Ela diz que compra, em média, cinco litros por semana, sempre do leite longa vida. Para fazer doces, no entanto, dá preferência para o de saquinho. "Disseram na TV que o mais caro estava custando R$ 1,30. Nessa altura, vou menos pela marca".

A definição do preço atual do leite para o consumidor está mais ligada a fatores como a estiagem e a entressafra, do que à redistribuição do leite da Parmalat, afirma o presidente da Associação Gaúcha de Laticinistas (AGL), Ernesto Krug. De janeiro a maio de 2004, a produção leiteira gaúcha caiu 32%, de quatro milhões de litros diários para cerca de 2,7 milhões, calcula. Segundo o dirigente, há pressão por aumento de custo, com a alta de preços como produtos de alimentação concentrada, adubo e medicamentos veterinários. Algumas empresas "não têm flexibilidade para fazer outros produtos e, por isso, procuram preço no longa vida", explica Krug. "Hoje, o longa vida é o que o consumidor prefere por causa da facilidade. O leite pasteurizado tem de três a quatro dias de validade".

Para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), o custo da embalagem de caixinha chega a R$ 0,35 por unidade, enquanto que o saquinho sai entre R$ 0,03 e R$ 0,05. A diferença está na comodidade: o maior prazo de validade do leite longa vida.

Fonte: Zero Hora/RS (por Luiz Aquino), adaptado por Equipe MilkPoint
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Edson Ismael DE Assis
EDSON ISMAEL DE ASSIS

EM 28/06/2019

Gostaria de receber caso vocês tenham as marcas sou representante no sudoeste do Paraná

Email: edsonismaeldeassis@gmail.com
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