A Fonterra divulgou que as baixas contábeis levariam a cooperativa a uma perda de NZ$ 590 milhões a NZ$ 675 milhões (US$ 381 a 436 milhões) no ano financeiro que acabou de terminar. A cooperativa disse que não pagaria um dividendo para o ano até 31 de julho para poder pagar as dívidas. A perda anual seria apenas a segunda da Fonterra desde sua criação em 2001.
O diretor executivo, Miles Hurrell, disse que ficou claro que a Fonterra precisava reduzir o valor contábil de vários de seus ativos e levar em conta outros ajustes contábeis pontuais, que totalizam cerca de NZ$ 820-860 milhões (US$ 530-US$ 555,6 milhões). "Desde setembro de 2018 estamos reavaliando todos os investimentos, grandes ativos e parcerias para garantir que eles ainda atendam às necessidades da cooperativa. Não estamos deixando pedra sobre pedra no trabalho para transformar nosso desempenho. Analisamos nossos negócios de ponta a ponta, incluindo a venda e a revisão do futuro de vários ativos que não são mais essenciais para nossa estratégia", disse ele em um comunicado.
O processo de revisão também identificou um pequeno número de ativos que foram supervalorizados, com base nas perspectivas de seus retornos futuros esperados. "Enquanto a faixa de lucro subjacente do ano fiscal de 2019 da cooperativa está dentro da atual orientação de 10-15 centavos por ação, quando você leva em consideração essas prováveis baixas, esperamos ter uma perda reportada de US$ 590-675 milhões (US$ 381 a 436 milhões) este ano, o que é uma perda de 37 a 42 centavos (23,9 a 27 centavos de dólar) por ação", completou ele.
Hurrell citou a maioria dos ajustes contábeis pontuais relacionados a despesas com depreciação não-caixa em quatro ativos específicos e os desinvestimentos que a cooperativa fez este ano como parte da revisão do portfólio. "A DPA Brasil, o negócio de consumidores da Nova Zelândia, o desempenho da China Farms e da Australian Ingredients têm melhorado, mas mais lento do que o esperado e não no nível em que baseamos nossos valores anteriores", disse ele.
A avaliação contábil da Fonterra para a DPA Brasil será prejudicada em cerca de NZ$ 200 milhões (US$ 129,2 milhões), devido principalmente às condições econômicas no Brasil. O fechamento de seu negócio de consumo venezuelano significaria um ajuste contábil de cerca de NZ$ 135 milhões (US$ 87,2 milhões), relacionado principalmente à liberação da reserva acumulada de conversão de moeda estrangeira adversa. O valor contábil para a China Farms será prejudicado em aproximadamente NZ$ 200 milhões (US$ 129,2 milhões) devido ao desempenho operacional mais lento do que o esperado.
Em seu negócio de consumo na Nova Zelândia, o efeito combinado dos desafios operacionais, juntamente com uma recuperação mais lenta do que planejada na participação de mercado da Fonterra, resultaram na reavaliação de seus ganhos futuros. "Estamos agora reconstruindo este negócio e, como parte disso, vendemos o Tip Top, que permite que a equipe se concentre em seu core business. O impacto combinado é uma redução de cerca de NZ$ 200 milhões (US$ 129,2 milhões)", disse Hurrell.
O presidente John Monaghan disse que, à luz das reduções significativas que refletem importantes ajustes contábeis que a Fonterra precisava fazer, a diretoria apresentou sua decisão sobre o dividendo anual.
"Em última análise, somos acusados de atuar nos melhores interesses de longo prazo da cooperativa. O desempenho subjacente da empresa está alinhado com os últimos resultados, mas não podemos ignorar a perda reportada entre NZ$ 590 - NZ$ 675 milhões (US$ 381 a 436 milhões) quando você olha para o quadro geral", disse ele.
"Não pagar dividendos para o ano fiscal de 2019 faz parte da nossa intenção declarada de reduzir a dívida da cooperativa, que é do interesse de todos a longo prazo", finalizou ele.
Em 12/08/19 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,64607
1,54781 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
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As informações são do Otago Dairy Times, traduzidas pela Equipe MilkPoint.