Expansão da UE poderá salvar algumas divisões da Parmalat

Apesar da crise que acometeu a multinacional italiana do setor de alimentos Parmalat, as divisões da empresa na Romênia e na Hungria continuam operando. Além disso, a Parmalat Hungria espera que, com a acessão do país na União Européia (UE), a produção aumente em resposta ao aumento da demanda.

Enquanto as investigações sobre o escândalo financeiro da Parmalat continuam, o futuro de suas operações internacionais continua incerto. O grupo já deixou clara sua intenção de reduzir suas operações internacionais de 30 países para 10 - uma mudança que reduziria o número de trabalhadores de 32 mil para 17 mil. Isso significa que, no Leste Europeu, a divisão da companhia da Hungria está, agora, diante de uma iminente liquidação - um fato que até agora tem deixado a divisão em apuros.

O diretor executivo da divisão da Parmalat na Hungria, Cristiano Villani, disse que a expectativa é que a divisão se beneficie do aumento de oportunidades no mercado com a acessão no bloco europeu, apesar do fato de a divisão estar em processo de liquidação.

Na Parmalat Romênia, que tem fábricas em Bucareste e Baia Mare, o futuro parece ser um pouco mais certo, apesar de, nessas alturas do campeonato, nada ser totalmente certo. O grupo Parmalat determinou certas operações internacionais que provavelmente se manteriam. Estas incluem as divisões de Itália, Espanha, Portugal, Canadá, Austrália, África do Sul, Rússia e as duas fábricas da Romênia. Todas estas operações são descritas pela Parmalat como centrais, que ajudarão a manter a base da companhia no máximo de mercados possível.

Agora, ambas as divisões estão diante do problema de tentar manter os volumes de produção recuperando a confiança de seus fornecedores - os produtores de leite da região. Sem dúvida, com menos segurança neste lado, este desafio é ainda mais importante para as operações na Hungria. A Parmalat Hungria processa até 300 mil litros de leite por dia em seu pico. Agora, este volume está em torno de 90 mil litros por dia. Apesar de a Parmalat Hungria ser ainda um participante relativamente pequeno, com 6% a 7% do mercado, a empresa tem uma posição de liderança no setor de UHT. Villani acredita que, se a divisão da Hungria puder recuperar alguns dos fornecedores que foram perdidos durante o escândalo financeiro, a oportunidade fornecida pela acessão na UE poderia permitir que a companhia caminhasse para frente.

Já a divisão romena tem mais razões para estar mais confiante. As operações da Parmalat na Romênia são bem maiores do que as da Hungria - processam 150 milhões de litros de suco por ano e, os futuros investimentos em suas operações de lácteos deverão impulsionar a produção de leite para 80 milhões de litros por ano. E, apesar de a Romênia não dever entrar na UE até 2007 - os 10 países que integrarão o bloco europeu a partir de primeiro de maio são Hungria, Chipre, Letônia, Lituânia, Eslováquia, Eslovênia, Malta, República Tcheca, Polônia e Estônia -, há uma expectativa de um efeito moderado para o setor de alimentos e bebidas do país.

Fonte: Dairy Reporter, adaptado por Equipe MilkPoint