Empresas estrangeiras invadem setor de lácteos da Índia
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 3 minutos de leitura
"Está havendo uma mudança na capacidade de compra dos consumidores, somada a uma maior exposição a produtos que eles não conheciam antes, levando a uma maior demanda por produtos avançados com nicho de mercado", disse o chefe de alimentos e estratégias de agribusiness da Rabo India, Sonal Shah. "Também está havendo uma substituição do hábito de fazer iogurte e doces em casa, para comprá-los nos supermercados".
Isto está atraindo uma série de companhias de lácteos estrangeiras. A Dabon Internacional, por exemplo, que é uma joint venture da companhia de bens de consumo Dabur India e da companhia de lácteos francesa Bongrain S.A., lançou o queijo especial Le Bon na Índia em 1998 e recentemente introduziu ghee e queijo cottage.
A dinamarquesa Christian Hansen abriu um negócio em Bombay para fabricar ingredientes para queijos e iogurtes processados.
A norte-americana fabricante de queijos Schreiber Foods gastou Rs 170 crore (US$ 37,92 milhões) em fevereiro para aumentar sua participação na firma local Dynamix Dairy, que fabrica manteiga, queijos, iogurte e ghee para a Nestlé Índia.
Got Milk?
A mudança em direção aos produtos lácteos de marca é a segunda "revolução branca", após a produção ter sido incentivada nos anos setenta e oitenta pela primeira vez, em uma operação chamada "Operation Flood".
A produção total diária de leite na Índia é de mais de 240 milhões de litros e está crescendo mais de 4% ao ano. A produção do país é a segunda do mundo se a União Européia (UE) for considerada como bloco, ficando acima da produção dos EUA. Existem quase 700 estabelecimentos para industrialização de leite no país, mas a maioria da produção é fragmentada em 70 milhões de produtores, alguns vendendo apenas de dois a quatro litros por dia. Apenas 13% do leite é processado e empacotado, com quase metade sendo mantida pelos produtores e o restante sendo destinado aos vendedores.
O segmento de produtos de marca, que tem um valor estimado de Rs 17,3 mil crore (US$ 3,85 bilhões) está crescendo mais rápido do que o setor tradicional.
"Há alguns anos, os iogurtes e os ghees eram vendidos todos sem marca", disse o diretor executivo da Dabon, Sumeet Anand. "Hoje, os consumidores estão prontos para comprar até paneer (queijo cottage) com marca. É um processo natural de evolução".
A Comissão Nacional de Desenvolvimento de Lácteos da Índia agora vende a marca Mother Dairy, enquanto a Federação Cooperativa de Comercialização de Leite Gujarat (GCMMF), que liderou a primeira revolução de lácteos do país, vende produtos com a marca Amul.
Algumas empresas estão de olho em um crescimento externo, particularmente em países com grandes populações indianas. A Hatsun Agro Products Ltd, do sul da Índia, planeja investir nos mercados de Sri Lanka e Seychelles.
A Britannia, controlada pela família Wadia e pelo Grupo Danone, tem uma joint venture com a neozelandesa Fonterra.
Queijo cottage
As empresas multinacionais estão mantendo seu foco nos mercados de manteiga e queijos, mas percebem que seu potencial para crescimento é pequeno comparado com produtos étnicos, que o Rabo estima que crescerá mais de 10% por ano nos próximos quatro anos.
Por exemplo, o mercado de sobremesas lácteas, que fazem parte de festivais, casamentos e até da dieta diária na Índia, está estimado em Rs 31 mil crore (US$ 6,91 bilhões) - quase metade do movimento de vendas da indústria.
Os indianos são influenciados pelo preço a favorecerem alimentos frescos em detrimento de alimentos empacotados, que é o motivo pelo qual os fabricantes de sorvete têm um sucesso limitado e pelo qual a Britannia retirou seu leite empacotado de alguns mercados e sua linha de queijo cottage completamente.
Fonte: Reuters, adaptado por Equipe MilkPoint
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