Embrapa Gado de Leite tem novo Chefe-geral

O pesquisador Paulo do Carmo Martins é o novo Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite. Ele tem 41 anos, é formado em Economia pela Universidade Federal de Juiz de Fora, mestre em Economia pela Universidade Federal de Viçosa e doutor em Economia Aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP. Sua experiência com a Embrapa começou no ano de 1983, como bolsista de iniciação científica. Entre 1986 e 1987 pertencia aos quadros da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), quando desenvolveu trabalhos na Embrapa Gado de Leite. Entre eles, a planilha de custos de produção de leite que serviu de referência para o estabelecimento de preços no período em que o preço do produto era administrado pelo Governo Federal.

Em 1997, ingressou definitivamente no quadro de pesquisadores da Unidade. Antes porém, foi secretário municipal de Agropecuária e Abastecimento e de Governo em Juiz de Fora (1993/1996). Dentre outros projetos, desenvolveu o Proleite, programa que procura levar em consideração o fomento, a assistência técnica e a organização de produtores. Como pesquisador, tem se dedicado ao estudo de questões econômicas relativas a cadeia produtiva do leite, principalmente no que diz respeito à competitividade.

Vários desafios aguardam o novo Chefe-geral. Entre eles, recompor e expandir os recursos disponíveis para a pesquisa. "A escassez de recursos tem comprometido os nossos serviços em termos de pesquisa e difusão de tecnologias", analisa. Junto ao segmento produtivo, ele aponta mais três desafios a serem empreendidos. O primeiro é se aproximar das cooperativas que vivem um momento de fortalecimento e consolidação. "Queremos estar muito próximos das cooperativas, atuando em conjunto, até porque é onde se concentra um percentual significativo de pequenos produtores", detalha. O segundo é intensificar os vínculos com os laticínios em todo o Brasil. E, finalmente, chegar nas regiões onde a produção de leite está crescendo, como o Centro-oeste e o Norte do País.

Com relação à carência de recursos pela qual a Embrapa passa, Martins confia que a administração da empresa consiga inseri-la no mesmo patamar que hoje se encontram as instituições vinculadas ao CNPq, que não enfrentam tal problema. "Isto é possível e já há uma discussão ocorrendo no Congresso Nacional a este respeito", informa. No âmbito interno, o novo chefe confia na qualidade dos pesquisadores e técnicos para enfrentar a falta de recursos. "Nosso corpo técnico é competente ao ponto de captar recursos, tanto públicos quanto privados, a ponto de superar este problema. Para isto, temos que intensificar as parcerias, tanto nos setores públicos quanto nos privados", enfatiza.

Paulo Martins considera a pesquisa agropecuária como a principal responsável pelo crescimento que o setor vem registrando nos últimos anos. Ele também destaca o arrojo do produtor, que soube se adaptar aos diferentes momentos vividos pela economia brasileira e a competência da cadeia produtiva, que sentiu a mudança de ambiente nos anos 90 e conseguiu se reestruturar. "Mas isto jamais aconteceria se não houvesse a ação efetiva da Embrapa, das universidades e das instituições de transferência de tecnologia. E o nosso grande desafio continua sendo o de fazer a tecnologia chegar ao produtor. Os laticínios podem ajudar nessa aproximação, uma vez que eles vêm preenchendo a lacuna deixada pela fragilidade do sistema de extensão rural", conclui.

Fonte: Embrapa Gado de Leite, adaptada por Equipe MilkPoint