Elegê tem interesse na unidade da Parmalat no RS
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 3 minutos de leitura
A Elegê Alimentos, controlada pela Avipal Alimentos SA, quer assumir a administração da planta gaúcha. Na sexta-feira (13), a direção da Elegê enviou ofício ao governo do Estado e à prefeitura manifestando sua intenção. "Nossa preocupação é garantir a operação da indústria e que a colocação dos produtores e os empregos sejam mantidos", disse o diretor de planejamento e de política leiteira da Elegê Alimentos, Ernesto Krug.
Conforme ele, a Elegê comprou 45% do leite inspecionado produzido no estado em 2003. A empresa processa dois milhões de litros por dia e tem condições de receber pelo menos 50% mais leite do que capta hoje, informou.
O presidente da Associação dos Produtores de Leite de Carazinho (Aprolec), Leonel Hammel, avaliou que a opção seria ruim para o setor.
"Não importa se um outro grande grupo passe a tomar conta da fábrica, mas não gostaríamos que fosse a Elegê, pois o mercado ficaria muito concentrado e prejudicaria o produtor", afirmou.
A Elegê Alimentos foi constituída por 13 cooperativas que formaram em 1976 a Cooperativa Central Gaúcha de Leite (CCGL). Em 1996, o patrimônio da Elege, então com 21 cooperativas, foi vendido para a Avipal Alimentos S.A. Atualmente 26 cooperativas mantêm contrato de entrega de leite para a empresa. A Elegê/Avipal tem 8.693 funcionários nos setores de leite, suínos, frango e farelo de soja.
"A concorrência vai continuar. O estado tem 194 indústrias de leite, o que garante uma grande pulverização", afirmou Krug, que também é presidente da Associação Gaúcha dos Laticinistas.
Brasília
Soluções para a unidade da Parmalat em Carazinho foram o assunto prioritário da viagem do governador do RS, Germano Rigotto, a Brasília, na semana passada. Em audiência com os ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues, e de Coordenação Política e Assuntos Institucionais, Aldo Rebelo, Rigotto apresentou como alternativa o arrendamento da planta com opção de compra. Nesse caso, as cooperativas do setor no estado assumiriam a unidade.
"Isso seria bom para os produtores, para as cooperativas, para os mais de 400 trabalhadores da fábrica e para a economia do estado, defendeu Rigotto, lembrando que há interessados no negócio.
A medida se tornou viável depois que a Justiça determinou a intervenção na subsidiária brasileira. "Mais do que a perda de 400 empregos, o fechamento da planta significa o enfraquecimento da economia regional", ressaltou.
Segundo o governador, a medida foi bem aceita pelo governo federal. Ele lembrou que o governo trabalha com uma solução única para todas as plantas ou com estratégias específicas para cada unidade. Essa última opção seria melhor para o Rio Grande do Sul, na opinião do governador.
Pagamento
O clima de apreensão entre funcionários e parte dos fornecedores da unidade de Carazinho foi amenizado na última sexta-feira, quando a Parmalat pagou os produtores. A empresa depositou valores equivalentes a três dias de entrega em janeiro: 29, 30 e 31. O acerto referente aos outros 28 dias estaria suspenso devido ao pedido de concordata, apresentado em 28 de janeiro à Justiça em São Paulo.
A empresa comunicou, também, que o pagamento dos primeiros 15 dias de fevereiro será depositado quarta-feira (18). Já o da próxima quinzena deverá ocorrer em 3 de março. Com isso, os produtores decidiram manter a entrega até quarta-feira. "Vamos aguardar mais uns dias para ver o que acontece", disse um produtor que preferiu não ser identificado.
Fonte: Zero Hora/RS, adaptado por Equipe MilkPoint
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