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Dairy Vision, small is beautiful: afinal, quais são as oportunidades para o pequeno produtor?

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 24/10/2019

5 MIN DE LEITURA

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Luis Fernando Laranja é sócio-fundador e Diretor da Kaeté Investimento, empresa gestora de fundos de investimentos de impacto com forte atuação na região Amazônica. Ele foi um dos pioneiros no desenvolvimento de negócios de impacto no país e fundador da primeira empresa B certificada do Brasil, a Ouro Verde Amazônia. Em entrevista exclusiva à Equipe AgriPoint, Laranja contou um pouco sobre a história da Kaeté, que foi criada há aproximadamente oito anos.

“Estruturamos o primeiro fundo de capital privado com foco em negócios de impactos socioambientais voltados para a região da Amazônia brasileira. Na época era um negócio totalmente inovador, até porque, a expressão investimento de impacto não estava plenamente consolidada, pois esse conceito vem se desenvolvendo ao longo dos últimos cinco anos. O nosso foco é investir em negócios e empresas de médio porte que possuem explicitamente na sua cadeia de valor os atributos de impactos socioambientais. Nós acabamos investindo em quatro empresas e casualmente elas estão relacionadas ao setor agroindustrial, mas não atuamos apenas no agro. As características em comum delas são os atributos ambientais e sociais”, explicou.

A base de fornecedores dessas companhias é composta por agricultores familiares em grande parte. “Com isso, contribuímos para o impacto social representado pelo aumento relevante da renda desses agricultores familiares, considerando que eles particularmente habitam as regiões mais periféricas e representam uma fração da sociedade mais vulnerável à pobreza. Assim, conseguimos gerar um impacto muito relevante nessas áreas mais remotas já que eles passam a compor uma cadeia produtiva virtuosa. Consequentemente, a renda deles aumenta significativamente e ocorre uma externalidade: o efeito indireto sobre a conservação das florestas. Por quê? Porque eles não precisam mais desmatar para buscar a sua renda. Com suas pequenas áreas, as famílias passam a ter uma vida razoável, sem que elas dependam de desmatamento, até porque a política das empresas para as quais eles fornecem as matérias-primas preza pelo desmate zero”.

Luis Fernando será um dos palestrantes do Dairy Vision 2019, evento que ocorrerá em Campinas/SP nos dias 26 e 27 de novembro. O tema da sua palestra será: Small is beautiful: criando uma narrativa comercial a partir do suprimento de leite de pequenos produtores de leite” e fará parte do painel “O consumidor do futuro (do presente?) e os desafios e oportunidades dos laticínios”.

E como os negócios da Kaeté se relacionam ao tema da palestra e ao leite?

Laranja comentou que abordará no Dairy Vision possíveis maneiras para que uma cadeia produtiva inclua um número grande de agricultores familiares em um ciclo virtuoso e que gere abastecimento para uma agroindústria, essa, no caso, uma empresa âncora que pivota toda a cadeia produtiva: gerando por um lado renda para quem fornece e por outro, qualidade para quem processa.

“Consequentemente, na outra ponta, o resultado é um produto de qualidade para o consumidor e com o atributo de responsabilidade socioambiental alto. E seguindo esse raciocínio, será que os produtores familiares de leite fatalmente estão condenados a desaparecer? Ou na verdade é uma oportunidade de transformar o leite em uma atividade inclusiva que possa trazer esses pecuaristas para dentro da cadeia produtiva?”

Quando citou essas questões, ele incluiu também a perenização da participação desses produtores, melhorias na qualidade do leite e na escala de produção, os mantendo sempre [produtores] como peças-chave de uma cadeia produtiva que não está pautada apenas por um resultado simplesmente econômico no final do dia.

"Será que os produtores familiares de leite fatalmente estão condenados a desaparecer? Ou na verdade é uma oportunidade de transformar o leite em uma atividade inclusiva?"

“Em um primeiro momento pressupomos que a escala é um atributo óbvio e quase que essencial, mas sim, é possível trabalhar incluindo um número maior de fornecedores e manter a qualidade, mas também agregando um fator de responsabilidade social grande nesse produto. Ou seja: podemos dizer que a cadeia leiteira ajuda a equacionar um problema social relacionado à renda e pobreza”.

Ele levantará essa questão em sua palestra por meio de uma pesquisa recente da FAO que aponta que a produção primária de leite é - dentre todas - aquela que tem a maior oportunidade de aliviar a pobreza.

“Esse dado me impressiona e creio que a todos que trabalham com leite. Vale destacar que segundo a Organização das Nações Unidas, o leite é a principal atividade para o alívio da pobreza. Isso é uma oportunidade extraordinária, temos a solução para gerar o maior impacto possível em um quesito chave da sociedade sem comprometer a rentabilidade da atividade e a qualidade do leite. Isso nos faz pensar, quando falamos nos produtores menores, em um ‘glamour autêntico’, sentido pelo consumidor que quer exercitar a sua cidadania por meio do consumo, preferindo comprar um leite produzido por uma empresa que se abastece pela agricultura familiar do que de uma mega farm. A meu ver, é um glamour bom”.

"Uma pesquisa recente da FAO aponta que a produção primária de leite é - dentre todas - aquela que tem a maior oportunidade de aliviar a pobreza. Esse dado me impressiona e creio que a todos que trabalham com leite"

Laranja concluiu apontando que as tendências de consumo mostram que os consumidores atuais querem saber sobre a história dos produtos que estão consumindo.

“Além desses pontos citados acima, também pretendo abordar os contrastes dos diferentes modelos de produção, desde as mega farms nos EUA (ganho de escala) e os milhares de microprodutores de leite indianos que fornecem suas matérias-primas para algumas companhias. Ambos são competitivos. Há algum modelo melhor que o outro? Difícil apostar”.

Luis Fernando atuou na academia por 10 anos como Professor da Universidade de São Paulo (USP) e no terceiro setor como coordenador do Programa de Agricultura e Meio Ambiente do WWF-Brasil. É graduado em Medicina Veterinária pela UFRGS, Mestre em Agronomia pela ESALQ-USP, Doutor pela FMVZ-USP em Medicina Veterinária com Pós-Doutorado em Animal Science pela University of Kentucky e Pesquisador Visitante da Cornell University. Também é sócio da Guaraci Agropastoril Ltda, empresa produtora de leite orgânico no estado de São Paulo.

O setor lácteo passa por profundas transformações no Brasil e no mundo. Estas transformações têm diversas vertentes e carregam como consequência um cenário difuso, em que não se pode mais classificar o setor como algo uniforme: certamente haverá vários “setores” dentro do que se convencionou chamar de indústria de laticínios, com rentabilidades, perspectivas e crescimento muito distintos. A transformação passa por diversos pilares, podendo-se destacar: protagonismo crescente do consumidor, novas tecnologias e inovação aberta. O Dairy Vision é o evento mais exclusivo do setor no Brasil e um dos principais do mundo. A cada ano, cresce em número de participantes e empresas, sinal de que a proposta do evento é vencedora. Serão mais de 20 apresentações e debates com um único objetivo: dar uma oportunidade concreta para que os executivos tenham insights relevantes, daqueles que podem mudar o rumo de seus negócios. As inscrições estão com desconto de 20% até o dia 31/10, aproveite! smiley

 

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IENILTON ALVES GURGEL

UMARIZAL - RIO GRANDE DO NORTE - ESTUDANTE

EM 28/10/2019

A cadeia do leite é uma das mais importante e tradicionais atividade econômica do país. A mesma se mostra como instrumento de fixação do homem no campo.

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