Cooperativas de leite aumentaram produção em 2003 - dados revisados
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 3 minutos de leitura
A Central Leite Nilza, por exemplo, formada por sete cooperativas coligadas, saiu da 11a posição em 2002 para a 7a colocação em 2003 e ampliou o número de produtores de 3.031 para 3.671 no período, conforme o levantamento. Outra central de cooperativas, a goiana Centroleite, passou para o sexto lugar. Era a oitava no ano de 2002. Seus fornecedores cresceram de 4.905 em 2002 para 5.438 no ano passado.
Para o diretor do departamento econômico da Confederação Brasileira das Cooperativas de Leite (CBCL), Vicente Nogueira, o levantamento mostra o início da recuperação das cooperativas de laticínios. Ele avalia que o resultado se deve ao movimento de organização das cooperativas, iniciado em 2003, para terem maior participação no mercado.
Outra indicação dessa recuperação, diz Nogueira, é que em 2002 cinco cooperativas estavam no ranking dos maiores laticínios. Hoje, com a Confepar na 15a posição, são seis. A cooperativa paranaense tinha 3.743 produtores em 2002 e 5.256 no ano passado.
"Os dados mostram um fortalecimento do sistema cooperativista", afirma o presidente Central Leite Nilza, Alexandre Maia Lemos. A própria central é um exemplo desse fortalecimento. Criada em 2001, a Nilza começou com três cooperativas e captação de 300 mil litros de leite por dia. Hoje tem sete cooperativas coligadas mais nove parceiras e captação de 750 mil litros diários. O plano é chegar a um milhão de litros, de acordo com Lemos.
Nogueira comemora o avanço das cooperativas e observa que na década de 80, o segmento detinha 60% do recebimento de leite no País. Um censo feito pela CBCL em 2002 indicou uma participação de 40%. Com o desempenho de 2003, afirma, essa participação pode ter melhorado.
Se as cooperativas chamam a atenção no levantamento, as primeiras posições seguem praticamente inalteradas, com a Dairy Partners Americas (DPA), joint venture entre a neozelandesa Fonterra e a Nestlé, no primeiro lugar. A seguir, vem a Parmalat, com captação de 2,3 milhões de litros de leite por dia.
Os números da Parmalat ainda não refletem a crise da empresa, que eclodiu em dezembro do ano passado. De acordo com o presidente da multinacional, Nelson Bastos, a companhia deve fechar este mês com captação média diária de 750 mil litros nas unidades de Carazinho (RS), Garanhuns (PE), Itaperuna (RJ) e Ouro Preto de Rondônia (RO).
Ele admite que a empresa "dificilmente chegará" aos níveis de captação de 2003 e afirma que "um nível satisfatório" é o recebimento de 45 milhões a 50 milhões de litros de leite por mês. Em 2003, a média mensal foi de 70 milhões de litros.
De 2002 para 2003, o número de fornecedores da empresa caiu de 12.605 para 10.350, segundo o levantamento da Leite Brasil.
O ranking mostra ainda que a Danone diminuiu a captação de forma significativa entre 2002 e 2003, de 272,2 milhões de litros no ano para 225 milhões. A gerente de assuntos corporativos da Danone, Sandra Rietjens, diz que o recebimento recuou porque a empresa não tem como foco o mercado de longa vida.
Outra conclusão do ranking é que a produção brasileira teve leve recuo no período, de 5,958 bilhões de litros para 5,907 bilhões anuais. Para o presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, isso se deve à queda dos preços a partir do segundo semestre de 2003, intensificada com a crise da Parmalat. Ele destaca outro resultado da pesquisa: grandes empresas, como DPA e Itambé, priorizam os fornecedores mais produtivos. A média de produtividade do fornecedor da DPA saiu de 567 litros diários em 2002 para 574. No caso da Itambé, era de 334 em 2002 e ficou em 343 em 2003.
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Fonte: Valor OnLine (Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe MilkPoint
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