Comissão da Parmalat faz audiência à tarde

A comissão especial que acompanha a crise da Parmalat realizará uma série de audiências públicas em Brasília e em mais de dez estados brasileiros para tratar da crise no setor leiteiro. A crise foi deflagrada neste mês com o pedido de concordata da multinacional italiana. Diversos integrantes das Federações de Agricultura, ligadas à CNA, estão participando da reunião e, às 16 horas, o presidente da Comissão de Pecuária de Leite, Rodrigo Alvim, dará coletiva de imprensa.

O relator da comissão, deputado Assis Miguel do Couto (PT-PR), adiantou que pretende ouvir todos os envolvidos na questão, desde autoridades, como os ministros do Desenvolvimento Agrário e do Trabalho, até as entidades representativas do setor.

Hoje a comissão realiza a primeira audiência, a partir das 14h30, no plenário 7. Participam da reunião os presidentes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas; da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antônio Ernesto Werner de Salvo; da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel José dos Santos; e os representantes do Fórum Sul do Leite, Altair Celup; e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf/Sul), Dirceu Luiz Dresh.

Também foram convidados um representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação, Agroindústrias, Cooperativas de Beneficiamento de Cereais e Indústrias do Meio Rural (Contac) e o presidente do Fundo Bunka de Pesquisa, Ruy Kikuty Sunao Sato. Esses dois últimos não confirmaram a presença.

O deputado Assis Miguel do Couto lembra que a maior preocupação no momento é garantir a sobrevivência dos pequenos produtores. "Até agora as soluções arrumadas foram apenas para os bancos, e são eles que têm mais condições de se virar por conta própria", disse o parlamentar. "Aqueles mais desprotegidos, que são os produtores de leite e os trabalhadores das indústrias, permanecem sem nenhuma resposta", complementou.

Em Porto Alegre, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS) está reunida com representantes de cooperativas e do Sindicato das Indústrias de laticínios e Produtos Derivados (Sindilat/RS) para analisar uma estratégia conjunta diante da crise da Parmalat. A Fetag quer que as cooperativas independentes, não vinculadas a grandes empresas, comprem a produção destinada à multinacional, estimada em 300 mil litros/dia, pelos mesmos preços pagos hoje. "Acreditamos que assim será possível fortalecer o setor cooperativo e evitar que mais uma empresa com monopólio no setor fique com a produção", afirmou Elton Weber, secretário-geral da Fetag/RS. Participam do encontro as cooperativas Cosuel, Piá, Cosulati e Santa Clara.

Fonte: Agência Câmara e Estado de São Paulo, adaptado por Equipe MilkPoint