CNA: Caso Parmalat apenas acentuou crise já instalada na pecuária de leite
Publicado por: MilkPoint
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O estudo, realizado pelo Projeto Conhecer, da CNA, recebeu respostas de 1.142 produtores. Parcela de 47% deles, incluindo fornecedores da Parmalat ou de outras empresas, indicou intenção de reduzir a oferta de leite ou até mesmo passar a investir em outras atividades, como pecuária de corte ou em lavouras. Uma parcela de 44% pretende manter a produção e apenas 6% pretendem aumentar a produção.
A pesquisa, realizada entre fevereiro e março, mostrou a situação dos produtores quase dois meses depois de instalada a crise da Parmalat. Dos consultados, apenas 6% responderam que eram fornecedores exclusivos da empresa, e destes, 74% informaram que tinham créditos vencidos a receber. A crise da Parmalat gerou reflexos negativos para todo o setor. Conforme os dados coletados, 77% dos produtores de leite dizem ter enfrentado queda de preço desde o final de 2003. Outros 17% informaram problemas como queda no preço dos animais, inseguranças e incertezas de investimento na pecuária leiteira.
Segundo Alvim, a quebra da Parmalat apenas tornou mais evidente uma crise que já atingia a pecuária leiteira. No ano passado, lembra o presidente da CNPL/CNA, em pleno período de entressafra as indústrias reduziram os preços pagos pelo leite ao produtor. "Era certo que isso iria gerar um desestímulo à produção". Entre novembro de 2002 e outubro de 2003, os preços médios pagos pelo leite foram reajustados em 12,12%, enquanto que a ração ficou 24,8% mais cara e o adubo subiu 16,12%. Esses dois insumos representam 44,5% do custo variável da pecuária de leite.
Balança
A crise na produção coincide com um bom momento para a balança comercial do setor. No primeiro bimestre deste ano, o Brasil importou o equivalente a 7,1 mil toneladas de lácteos, em queda de 59,5% na comparação com as 17,4 mil toneladas importadas em igual período do ano passado. As exportações no período somaram 4,7 mil toneladas, uma redução de 19,2% na comparação com as 5,6 mil toneladas de lácteos remetidas ao Exterior nos dois primeiros meses do ano passado. Apesar da ligeira queda das exportações, o resultado da balança do setor foi mais favorável no primeiro bimestre deste ano que em igual período do ano passado, ressalta Alvim.
O saldo comercial indica importação líquida de 2,4 mil toneladas no primeiro bimestre deste ano, contra 11,8 mil toneladas de importação líquida em igual período do ano passado. Em receita, o Brasil gastou US$ 16,6 milhões com importação de lácteos entre janeiro e fevereiro de 2003, frente US$ 5,6 milhão em igual período deste ano.
Para Alvim, o resultado positivo da balança comercial de lácteos, justamente em momento de dificuldades para o setor produtivo, comprova que a pecuária de leite brasileira tem competitividade, com capacidade para atender a demanda interna e gerar excedentes para exportação.
Para tanto, o presidente da CNPL avalia que é preciso haver maior estímulo à produção, com melhoria de preço ao produtor e liberação de linhas de crédito suficientes para atender o setor.
Recentemente, o Governo anunciou financiamento para a retenção de matrizes, mas de apenas R$ 200 por animal e atendendo somente produtores que forneciam para a Parmalat. Segundo a CNA, seria necessário liberar R$ 800 por animal, atendendo todo o conjunto de pecuaristas de leite.
Combater o dumping nas importações de lácteos é outra frente de ação da CNPL/CNA.
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Fonte: CNA (por Ayr Aliski), adaptado por Equipe MilkPoint
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ITABUNA - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 19/03/2004
Nunca tinha pago as cobranças da CNA, por não ter informações sobre as atividades.
Certamente pagarei as novas cobranças.