Câmara cria comissão para a crise da Parmalat

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A Câmara dos Deputados instalou, na manhã de hoje, a comissão especial que vai acompanhar a crise que envolve a multinacional italiana Parmalat. A empresa sofreu intervenção há um mês e deflagrou uma crise no setor leiteiro que já atinge produtores brasileiros em vários estados. De acordo com os nomes indicados pelas lideranças partidárias, o presidente da comissão será o deputado Waldemir Moka (PMDB-MT) e o relator será o deputado Assis Miguel do Couto (PT-PR).

O objetivo da comissão especial é identificar os setores afetados pela crise, buscar soluções para o endividamento que atingiu o setor leiteiro, esclarecer as transações entre a empresa no Brasil e bancos estrangeiros e as suspeitas de que o País foi utilizado para lavagem de dinheiro.

Novo modelo

O deputado Assis Miguel do Couto destacou que a crise da Parmalat tem desdobramento nos setores social e econômico e ressaltou que é importante que a comissão possa propor um novo modelo de produção de leite para evitar o monopólio do setor. "A expectativa dessa comissão é esclarecer a responsabilidade da empresa Parmalat sobre a injustiça que cometeu no País. Mas também queremos avançar na discussão de uma proposta de um modelo de industrialização e produção de leite que seja viável e sustentável para o País". A multinacional italiana já está sendo investigada pela Polícia Federal, Receita Federal e pela CPI Mista do Banestado.

Desvio de recursos

A Parmalat do Brasil vinha atrasando o pagamento dos produtores de leite em alguns estados quando houve a intervenção na matriz da empresa na Itália no final do ano passado. O governo italiano descobriu que a Parmalat havia desviado 10 bilhões de euros (mais de R$35 bilhões), e que parte desse dinheiro teria passado pela Parmalat do Brasil. A CPI do Banestado confirmou que R$ 1,7 bilhão saiu da empresa brasileira para o Uruguai.

Os deputados estão preocupados com os efeitos da crise da Parmalat nos pequenos produtores rurais. A Parmalat comprava anualmente 900 milhões de litros de leite de cooperativas de produtores rurais. Sem a concorrência da empresa italiana, a indústria de laticínios no Brasil pode se tornar um monopólio.

Cronograma

A comissão especial volta a se reunir na próxima terça-feira (27) para definição do cronograma de trabalho. Os diretores da empresa no País devem ser convocados para prestar esclarecimentos. A comissão define ainda neste mês quais serão os primeiros convocados para prestar esclarecimento.

Além dos diretores da Parmalat no Brasil e representantes de produtores de leite, a comissão pode convocar os diretores de times de futebol que receberam patrocínio da multinacional italiana, como o Juventude e o Palmeiras.

Fonte: Agência Câmara (Sâmia Mendes e Adão Paulo), adaptado por Equipe MilkPoint
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