BB não dará crédito específico a produtores de leite

O vice-presidente de Agronegócios e Governo do Banco do Brasil, Ricardo Alves da Conceição, disse ontem que não há, no momento, a possibilidade de a instituição reservar recursos do EGF (Empréstimo do Governo Federal), uma linha de financiamento destinada à estocagem da produção e a sua venda em épocas de preço alto, apenas para a cadeia produtiva do leite.

Em tratativas com o governo devido à crise financeira da Parmalat, produtores pediram EGF carimbado para o setor, envolvendo recursos de R$ 500 milhões.

"Não há massa de recursos para EGF específico para leite. Não haverá carimbo de recurso para o setor, nem rejeição", afirmou Conceição. Os fornecedores do produto, ressaltou, continuarão a pleitear o crédito nas mesmas condições dos demais setores. Se a proposta de estocagem for aprovada do ponto de vista técnico, levarão o dinheiro.

Ele declarou, no entanto, que o Banco do Brasil está pronto para ajudar os produtores de leite do País. "Não vamos deixar os produtores na mão. As crises passam e os clientes vão ficar". E prometeu agilidade na análise das demandas e nas soluções. "Por exemplo, no empréstimo para outra empresa comprar o leite de Itaperuna", declarou.

No Rio de Janeiro, as cooperativas são fornecedoras quase exclusivas da Parmalat, que ainda não pagou pelo leite entregue em novembro e dezembro, uma dívida estimada em R$ 8 milhões. O Banco do Brasil tem contratos de financiamento com a Parmalat, que não serão renovados enquanto a situação financeira da empresa não melhorar.

O presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Luís Carlos Guedes Pinto, disse que a estatal espera ordem do governo para comprar o leite em pó utilizado pela Parmalat para pagar pequenos fornecedores. O produto será destinado ao Programa Fome Zero.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Daniel Pereira), adaptado por Equipe MilkPoint