Bahia teme uma supersafra e conseqüente queda de preços

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 2 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

A Bahia está saindo de uma entressafra e retomando a produção de leite. O que seria uma boa notícia para os produtores esbarra no temor de que ocorra uma supersafra no País, provocando uma crise e forçando para baixo o preço do produto, principalmente em função do colapso da Parmalat.

Ações governamentais, como a promessa de compra do excedente, a recente liberação de recursos para estocagem e o início, em fevereiro, do Programa de Distribuição de Leite, ligado ao Fome Zero, tranqüiliza os produtores, mas não afasta de vez a ameaça de quebra. "Ninguém sabe o que vai acontecer", disse o presidente da maior cooperativa leiteira baiana, a Cooperativa Central de Leite da Bahia (CCLB), responsável por 10% da produção no estado, Almir Miranda.

Com a Parmalat deixando de comprar o produto, o leite de Minas Gerais e Goiás, os dois maiores produtores brasileiros, pode "inundar" a Bahia, desorganizando a bacia leiteira estadual. "O risco é maior porque lá o leite exportado só paga 1% de ICMS. Aqui se paga 7% de ICMS sobre o leite em pó e o longa vida e 17% sobre os derivados, achocolatado, manteiga, queijo, creme de leite, iogurte", ressaltou Miranda.

Para o coordenador do Programa Estadual do Leite e da Coordenadoria de Estudos e Projetos da Pecuária, órgão da Diretoria de Desenvolvimento da Pecuária da Secretaria estadual da Agricultura (Seagri), Luiz Freire Sande, "o governo está articulando-se para evitar prejuízos para o produtor e para o consumidor. Não existe nenhum quadro que justifique uma queda de preço que possa quebrar o produtor", considerou. Uma das ações que podem segurar o preço justo pago ao produtor é uma parceria entre os governos federal e estadual para a distribuição de 100 mil litros/dia de leite para famílias carentes com crianças de dois a sete anos. É o Programa de Distribuição de Leite, do Fome Zero, previsto para começar no início do mês de fevereiro.

Na Seagri, a Câmara Consultiva do Leite, através de um grupo técnico de trabalho, vem desenvolvendo estudos e discussões para implantação de uma política estadual para o leite, com a participação de todos os envolvidos.

A liberação de R$ 200 milhões para estocagem de leite e derivados é outro alento para os produtores. "Estamos entrando em safra e, com o problema da Parmalat, pode ser gerada uma supersafra. Se isso acontecer, o produtor que investiu em tecnologia e aumento do rebanho vai ficar em crise. É o momento oportuno para o governo disponibilizar recursos", disse Miranda.

Para Sande, a quebra da Parmalat, cuja dívida já alcança os US$ 10 bilhões, beneficia o Estado. "A empresa captava uma quantidade pequena de leite na Bahia e levava esse leite para ser beneficiado em Pernambuco. O agregado ficava lá e o leite beneficiado era trazido para ser vendido aqui, por um preço bem maior, o que prejudicava o consumidor baiano. Os produtores também eram prejudicados porque a Parmalat era a primeira a baixar os preços nas supersafras. Teve até derramamento de leite em Ipirá, em protesto a isso", lembrou.

A Parmalat, que chegou a comprar a fábrica Alimba e captar mais de 120 mil litros/dia na região de Ipirá, desativou a fábrica há cerca de quatro anos, transferindo-a para Garanhuns (Pernambuco) e, progressivamente, vendeu ou terceirizou os postos de captação de leite.

Fonte: A Tarde/BA (por Berna Farias), adaptado por Equipe MilkPoint
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Qual a sua dúvida hoje?