Aumento dos custos preocupa indústrias
Publicado por: MilkPoint
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O leite UHT é um dos produtos afetados. "Estimamos o aumento de custos em 3 a 4%", informa José Eustáquio Bernardino de Sena, o Nenê, diretor da Milênio, de Campo Belo, MG. Outras empresas do setor confirmaram esta semana ao MilkPoint, a alta dos preços nas matérias-primas utilizadas.
Para Roberto Rodrigues Junqueira, diretor comercial do grupo Marajoara, a elevação não é uniforme. Para produtos nos quais há maior concorrência, ele acredita que será possível negociar com fornecedores e evitar o repasse total, mas em outros, como o de embalagens cartonadas, a indústria está tendo de arcar com aumentos que chegam a até 6%. Mesmo assim, outros produtos e serviços, como frete, papelão, alumínio e filme, terão os seus preços remarcados no início de março.
Esse aumento de custos dificulta a situação dos laticínios. Para Cláudio Teixeira, superintendente financeiro e um dos sócios da Italac, uma das principais empresas do setor, "quem produz longa vida sabe quanto custa, mas não sabe por quanto vai vender". Isso porque não é possível repassar os reajustes "reais" ao consumidor, devido à barreira imposta pelas redes de supermercados que não aceitam qualquer alteração dos preços.
Para Almir José Meireles, presidente da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV), a postura de não repassar o aumento de custos terá um limite, pois o setor já está espremido e o aumento da carga tributária é fato consumado não só na cadeia láctea, mas da economia. "A alíquota do Cofins subiu porque o Congresso Nacional aprovou. Mais uma vez, a socidade civil vai transferir recursos para o governo", sintetiza.
Em 2003, a matéria prima também teve alta de 30% em comparação ao ano de 2002 e a venda do litro de leite no ano passado foi igual ou menor que nos dois últimos anos. "Tudo o que ganhamos no ano de 2002 foi perdido em 2003", conta Nenê.
A inflação medida pelo IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, subiu em janeiro 0,76%, após o avanço de 0,52% em dezembro, informou o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no último dia 13 de fevereiro deste ano.
Nesse ano, a situação começou complicada em função da crise da Parmalat e da época de safra, aliada ao consumo que, em janeiro, tradicionalmente, é menor. Comenta-se que, ao final de dezembro, a Parmalat desovou grande quantidade de leite das grandes redes, em uma época de menor consumo. O resultado foi a pressão para redução de preços. Para Junqueira, do Marajoara, as indústrias teriam de vender o litro de leite longa vida 15 centavos mais caro para recompor as margens.
Nenê, da Milênio, acredita que em março a situaça começa a melhorar. "Tive de reduzir o preço ao produtor em 14 centavos por litro, mas já estamos recompondo". Segundo ele, quem não fez isso teve grande prejuízo, "especialmente grandes cooperativas que atuam fortemente no segmento de leite longa vida", completou.
A mesma opinão tem Cláudio Teixeira, que espera a reativação da economia em 2004: "acredito no Brasil e na recuperação da economia".
Fonte: MilkPoint
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