Ativos da Parmalat fora da Itália atraem interessados

O ministro da Indústria da Itália, Antonio Marzano, afirmou nesta quinta-feira que existem várias demonstrações de interesse pelos ativos da Parmalat fora da Itália.

"Nós estamos ocupados com muitas coisas (...), com várias empresas no exterior que têm demonstrado interesse", disse Marzano após encontro com o interventor nomeado pelo governo italiano para resgatar a Parmalat, Enrico Bondi.

Marzano informou que quatro bancos italianos e quatro internacionais com forte exposição às dívidas da multinacional foram escolhidos para um comitê de credores.

O jornal Milano Finanza publicou reportagem nesta quinta-feira afirmando que a Parmalat poderá vender seus negócios de leite e biscoitos nos Estados Unidos, além das operações no Brasil, como esperado. Não foram citadas outras atividades do grupo fora da Itália. Um porta-voz da empresa não quis comentar a notícia.

Ainda segundo o jornal, o plano de resgate desenhado por Bondi para a empresa inclui troca de dívida por ações, entregando aos bancos e detentores de bônus o controle do grupo alimentício.

No anúncio do plano, esperado para o final do mês, Bondi dará aos acionistas da Parmalat garantias para que comprem ações do grupo reestruturado por meio de aumento de capital dentro "de dois anos", segundo o jornal.

De acordo com o Milano Finanza, Bondi e sua equipe não irão criar uma nova empresa, mas trabalhar com a já listada Parmalat Finanziaria, cuja negociação das ações foi suspensa desde a revelação do buraco de bilhões de euros no balanço da companhia em dezembro. Isso iria acelerar um possível retorno do grupo ao mercado de capitais, segundo o jornal.

Bondi já pediu aos bancos empréstimos no total de 150 milhões de euros para manter a Parmalat italiana funcionando.

No Brasil, os bancos cortaram linhas de crédito da Parmalat Alimentos, o que deixou a empresa sem recursos para pagar fornecedores e levou à paralisação parcial nas fábricas. Na semana passada, um juiz destituiu a diretoria da empresa e nomeou interventores para reestruturar a unidade.

Há suspeitas de desvio de dinheiro entre companhias do grupo Parmalat para dentro e fora do Brasil. A Polícia Federal investiga o caso e já existe no Congresso uma lista pedindo a instalação de uma CPI.

Fonte: Invertia e Reuters, adaptado por Equipe MilkPoint