Argentina: tarifa antidumping pode ser prorrogada

O governo deve decidir nos próximos dias se prorroga ou não o prazo para aplicação da tarifa antidumping na importação de leite da Argentina. Fixado em 2001 para evitar o comércio desleal por parte dos argentinos, o preço mínimo de US$ 1.900 por tonelada para importação de leite em pó, semi-desnatado ou integral vale até o próximo dia 23.

Comenta-se na Esplanada que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, teria defendido junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) a manutenção da tarifa, alegando que os produtores de leite passam por um momento difícil, resultado da crise mundial da Parmalat.

A mesma medida antidumping foi tomada, em 2001, contra o Uruguai. Mas, nesse caso, o prazo termina em abril. Também foram adotadas medidas antidumping contra a Nova Zelândia e a União Européia.

Embora tenha, em agosto de 2003, pedido a opinião da cadeia produtiva do leite sobre a questão, o governo brasileiro não fechou posição e agendou, para amanhã, reuniões com representantes do Brasil e da Argentina. "Tecnicamente, o governo tende a manter o antidumping do leite", avalia uma fonte próxima às negociações.

Argumentando que a Argentina importa leite subsidiado e vende a outros países a preços abaixo do custo de produção, a iniciativa privada pedirá a manutenção do preço mínimo de compra.

Fonte: O Estado de S.Paulo (por Fabíola Salvador), adaptado por Equipe MilkPoint