Aproleche está interessada em Parmalat do Chile
Publicado por: MilkPoint
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"Estamos interessados. Dadas às condições atuais, se a Parmalat decide vender suas plantas, a Aproleche não economizará esforços. Porém, em todo caso, esta é uma decisão que não depende de nós, pois a empresa está sob intervenção do governo italiano", disse o presidente da Aproleche, Javier Pardo.
Estratégias
Apesar de tudo, Pardo disse que preferia não se pronunciar a respeito da possível quantia da transação. "Uma planta só vale dinheiro com leite, e nós somos os que produzimos o leite, somos os donos. Sem leite, só valem os ferros".
No que se refere ao modelo operacional da aquisição da Aproleche, caso a compra seja realizada, o presidente da associação disse que seria formada uma sociedade anônima e que esta poderá estar dentro ou fora da associação. Para ele, este é o esquema que mais se ajusta ao contexto globalizado da indústria.
O gerente da Aproleche, Miguel Junod, assegurou que este é um sinal que a associação está dando a todos os produtores de leite do Chile, no sentido de tranqüilizar os fornecedores "e como uma forma de que não fiquem desamparados, já que o pior que poderia ocorrer é que estas plantas deixassem de funcionar. Além disso, isso reforça ainda mais a necessidade que estamos falando há algum tempo relacionada com a participação dos produtores no processamento do leite e, com isso, diretamente da comercialização, para dar um valor adicional à nossa matéria-prima", disse ele.
Oportunismo
Neste momento, as 18 empresas lácteas nacionais trabalham com 28 plantas leiteiras e, dadas às circunstâncias atuais do mercado, necessitam se abastecer para manter seus negócios. Os fornecedores, por sua vez, querem vender seu leite. A preocupação neste momento é que o problema real seja distorcido e que esta seja mais uma oportunidade para que as plantas processadoras decidam pagar menos pelo produto.
Segundo Junod, esta é uma cadeia e se a Parmalat recebe menos leite, conseqüentemente coloca menos produtos no mercado, e as outras empresas também têm maiores oportunidades de vender uma maior quantidade de produtos lácteos. "Não me venham dizer que há mais leite disponível no país, que isso não é assim. O leite é o mesmo, somente temos que redistribuí-lo".
Redistribuição
O presidente da Federação Nacional dos Produtores de Leite do Chile (Fedeleche), Ricardo Michaelis, informou que a entidade tem retomado de forma urgente as gestões em nível de governo e das principais indústrias leiteiras que operam no país com o objetivo de buscar um sistema de redistribuição do leite que está sendo recebido pela Parmalat Chile, devido à eventualidade de que as complicações econômicas da multinacional italiana impeçam que a empresa continue comprando leite.
Vale destacar que os produtores de leite do Chile não contam com uma capacidade de armazenamento para mais de um dia e, diante da necessidade de continuar ordenhando as vacas, "o leite deverá ser descartado até que encontremos uma alternativa de venda para ao afetados", disse Michaelis. Segundo ele, a Fedeleche está à espera das gestões solicitadas ao Ministério da Agricultura, considerando o exemplo que está sendo dado pelos governos da Itália e do Brasil ao assumir um compromisso explícito em defesa dos produtores de leite de seus respectivos países afetados pela quebra da Parmalat na Itália.
Neste sentido, Michaelis disse que tem propiciado a organização dos fornecedores da empresa através de representantes nas principais regiões de compra da Parmalat (Chillán, Temuco, Panguipulli e Osorno), com o objetivo de que enfrentem unidos a crise.
Fonte: El Diario Austral (Bardhy López F.) e Federação Nacional dos Produtores de Leite do Chile (Fedeleche), adaptado por Equipe MilkPoint
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