Com o intuito de homenagear a mão de obra rural, fundamental para todas as atividades do agronegócio e cada vez mais escassa, o MilkPoint está retomando o “Especial AgroFuncionário do Mês”. O objetivo é conhecer com mais detalhes quem são as pessoas que trabalham nos bastidores, mas, ao mesmo tempo, são essenciais para o negócio como um todo, colaborando com grandes benfeitorias dentro das fazendas leiteiras em todo o país.
Para o médico veterinário Felipe Alonso Trídico Torteli, o segredo para manter o funcionário há bastante tempo e motivado na fazenda, é necessária uma boa convivência, o respeito e a motivação para que as pessoas alcancem as suas metas dentro da propriedade. “A ideia, é que, além da fazenda crescer, o funcionário cresça junto”, disse.
Felipe é proprietário da Fazenda Santa Cruz, localizada em Santo Antônio da Alegria/SP, e um dos seus três funcionários está com ele há seis anos. “Ele se chama Lucas Donizete e começou como tratador de bezerras. Como ele se destacou, quando o casal de retireiros saiu, decidimos por sua promoção, que ao meu ver, foi bastante acertada, já que são perceptíveis o seu comprometimento e dedicação com a profissão e com os animais”, completou.
Letícia Pires, esposa de Lucas, está na fazenda há três anos. “Dois momentos que marcaram a nossa convivência foi quando ele começou a inseminar os animais e na sequência, após nove meses, nasceu o primeiro animal resultado disso”.
Lucas e Letícia
Recrutamento de funcionários
A mão de obra representa uma boa parcela dos custos e tem influência direta na qualidade do leite e na produtividade do negócio como um todo. Falta de comprometimento com as atividades da fazenda resultam em baixo rendimento e qualidade do funcionário. Quando questionado sobre como a Fazenda Santa Cruz recruta novos funcionários, Felipe ressaltou que as contratações raramente ocorrem visto que tem baixa rotatividade. “O meu outro colaborador, o João, está conosco há um ano e três meses. Quando necessário, selecionamos a mão de obra com o perfil da nossa propriedade e pessoas que estejam engajadas com o propósito da fazenda’.
Com relação à administração das particularidades de cada funcionário e os meios para melhor aproveitá-las, Torteli afirma que nada mais contundente que um bom diálogo e respeito entre ambas as partes. “Em um momento complicado economicamente que estamos passando, nada melhor do que ter parceiros ao lado, que querem desenvolver profissionalmente e fazendo com que a fazenda cresça e se desenvolva”.
O desafio da mão de obra: o que mais estimula os funcionários a ficarem hoje na leiteria?
Aproveitando o ensejo, é interessante reforçar que no Interleite Brasil 2018, evento que ocorreu em agosto, a Equipe MilkPoint utilizou uma ferramenta para interagir com o público. Uma das principais ideias, foi coletar a opinião dos participantes por meio de enquetes e uma delas levantou o seguinte tema: O que mais estimula os funcionários a ficarem hoje no campo?
A opção que obteve o maior número de respostas foi ‘Condições básicas de vida para o funcionário e a sua família (40%)’. Em segundo ficou ‘Motivação e possibilidade de crescimento profissional (33%)’ e em terceiro, ‘Salário (18%)’. Saiba mais aqui.
Em artigo recente publicado na seção Espaço Aberto do MilkPoint, Decio Luiz Gazzoni, Membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), Engenheiro Agrônomo e pesquisador da Embrapa Soja, disse que o primeiro desafio da mão de obra no campo é quantitativo: “está cada vez mais difícil encontrar cidadãos que aceitem enfrentar o repto de trabalhar no campo. Muitos dos que lá se encontram almejam migrar para as cidades. Quem já está na cidade, dificilmente retorna ao campo, mesmo em um quadro de desemprego, e não obstante ofertas de remuneração maior”.
Segundo ele, o segundo desafio é o da qualidade. “A acelerada evolução tecnológica do agronegócio impõe a necessidade de conhecimentos cada vez mais especializados. E a dinâmica acentuada da evolução exige permanente reciclagem. A imposição de regras de sustentabilidade para o agronegócio – seja ambiental, social ou econômica – exige uma qualificação ainda maior de quem aceita o trabalho no campo”.
Sua propriedade também conta com um funcionário que é o braço direito nos afazeres do dia a dia? Você gostaria de homenageá-lo? Participe do “Especial AgroFuncionário do mês” enviando um e-mail para contato@milkpoint.com.br