A espera terminou! Como prometido, hoje (16/05) estreiou o programa Leite Futuro, uma iniciativa do MilkPoint. Tendo como pauta principal a queda de 5% na captação formal de leite brasileira em 2022, de acordo com dados do IBGE, o primeiro episódio ja está disponível no nosso canal oficial no Youtube.
O Leite Futuro, uma iniciativa do MilkPoint, contará com a participação de três especialistas feras no setor: Marcelo P. Carvalho, Paulo do Carmo Martins e Ricardo Cotta Ferreira. Nos próximos episódios, que discutirão sempre um tema central, o programa também terá convidados.
Mas, por que Leite Futuro?
Com intuito de debater questões relacionadas ao setor lácteo, Marcelo Carvalho enfatizou que o programa será palco de muitas trocas de conhecimento e aprendizado, visando perspectivas sobre o futuro setor. “A iniciativa do MilkPoint tem como objetivo trazer um local para debater ideias sobre o setor e aprender com os convidados e espectadores”, destacou.
Paulo salienta que, o setor lácteo brasileiro está vivendo um momento de ruptura. "O somatório das opiniões é que irá nós trazer um pouco mais de clareza em relação ao que está acontecendo," enfatiza Martins.
Entrando no tema central deste primeiro programa, na visão de Ricardo, "o primeiro ponto não é que nós estamos retroagindo ou estamos estagnados, analisando puramente a questão total do volume de produção nacional. Eu acho que estamos tendo uma evolução muito significativa dentro do setor, e essa não é uma revolução silenciosa, ela é externalizada e demonstrada."
Cotta revelou que não enxerga com grandes preocupações a queda na captação de leite, uma vez que o setor — grandes e médios produtores — vem ganhando escala de produção e se profissionalizando, como já feito por demais cadeias de proteína animal.
Enquanto as outras cadeias estavam se organizando, Paulo relembrou que, para o leite, esse processo foi difícil. O economista enfatizou que a partir da década de 90 o leite teve a grande transformação. "Entra o supermercado no lugar de padaria, UHT no lugar de "saquinho" — o leite deixa de ser perecível —, em termos geográficos, entra Goiás e, o mais importante, começa a lógica de cadeia produtiva.”
Para Marcelo Carvalho, quando se tenta categorizar o setor, não existe o leite, mas sim 'os leites,' uma vez que se trata de uma cadeia ainda muito heterogênea (de escala, eficiência, qualidade etc.). O preço médio do mercado reflete a ineficiência média deste mercado. Isso abre oportunidades para quem é muito mais eficiente do que a média, e gera desafios grandes para quem está abaixo. “É uma cadeia que tem um espaço grande para evoluir. Se estivéssemos na Nova Zelândia, onde todos produzem leite mais ou menos do mesmo jeito, com diferenças baixas de eficiência e produtividade, as oportunidades de rentabilidade seriam menores, bem como de uma melhoria consistente a nível setorial. Mas aqui, ainda temos espaço," expôs ele.
Confira alguns destaques do primeiro episódio do Leite Futuro:
- O leite segue para o caminho do profissonalismo e da escala, já trilhado em outras segmentos de proteínas animais. Há um processo de mudança estrutural e a cadeia é bastante heterogênea;
- O estoque de conhecimento e qualidade dos equipamentos melhoraram muito. Hoje, o pacote tecnólogico está em grande parte dominado;
- Provavelmente, o produtor de leite do futuro não produzirá apenas leite. A multifuncionalidade das fazendas pode ser uma possibilidade interessante;
- A produção de leite é atividade intensiva em capital, e via de regra os clusters de produção estão em terras cada vez mais caras. Aumentar a eficiência do uso dos recursos é essencial.
Clique aqui para assistir no Youtube ou confira no vídeo abaixo:
E você, o que achou dessa conversa? Participe conosco e até o próximo Leite Futuro!