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O estresse térmico afeta a saúde intestinal das vacas leiteiras

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 23/12/2022

6 MIN DE LEITURA

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Do ponto de vista econômico, a falta de adaptação metabólica no início da lactação e o estresse térmico são dois dos desafios mais importantes para as vacas leiteiras, pois comprometem seriamente a competitividade da pecuária mundial e reduzem significativamente sua eficiência.

Devido à sua intensa atividade metabólica, a vaca leiteira produz muito calor, que deve ser dissipado. Contudo, os mecanismos de dissipação de calor que este ruminante possui para manter sua temperatura corporal podem falhar quando as condições ambientais são muito desafiadoras. A mistura de temperatura e a umidade ambientais são a sensação que o animal percebe e, ambas medidas, se resumem a um valor chamado de Índice de temperatura e umidade (ITU). Quando o ITU ultrapassa 68 há indicativo de estresse térmico no gado leiteiro, com consequências negativas diversas que reduzem o desempenho produtivo e reprodutivo.

A redução da ingestão de matéria seca pode explicar parcialmente (entre 35 e 50%) a queda na produção de leite durante o estresse térmico, enquanto o restante é causado por fatores indiretos. Uma alteração comum durante a transição e o estresse térmico, pode ser o comprometimento da função da barreira intestinal e o desencadeamento da resposta inflamatória, ligada à presença da endotoxina lipopolissacarídica (LPS) (Paratte, 2020; Fontoura et al., 2022).

As vacas sob estresse térmico desviam o fluxo sanguíneo dos órgãos internos para a periferia, tentando dissipar o calor, mas causando hipóxia intestinal. Os enterócitos são particularmente sensíveis à falta de oxigênio e nutrientes, pelo que esgotam o ATP e aumentam o estresse oxidativo e nitrosativo. O resultado é o mau funcionamento das junções firmes e alterações morfológicas, com redução da função barreira do intestino. A LPS é um glicolipídeo da membrana externa de bactérias Gram-negativas e é um poderoso estimulador imunológico, abundante no conteúdo luminal. O estresse térmico aumenta a passagem de LPS do conteúdo luminal para o sangue (Paratte, 2020).

Durante a inflamação, o organismo utiliza energia e nutrientes para enfrentar os efeitos da LPS, ao invés de sintetizar leite e músculo. A ativação do sistema imunológico é um processo que consome muita energia. As células imunes alteram seu metabolismo de fosforilação oxidativa (36 ATP/molécula de glicose) para glicólise aeróbica (2 ATP/molécula de glicose), tornando-se usuários obrigatórios de glicose (o chamado efeito Warburg). Estima-se que o sistema imunológico da vaca leiteira em lactação usa cerca de 1 kg de glicose a cada 12 horas. A LPS estimula a hiperinsulinemia, embora o aumento da utilização de glicose seja simultâneo à redução de consumo, reduzindo a disponibilidade de nutrientes para a produção (leite ou carne) e reprodução (Paratte, 2020).

Resumidamente, um ITU maior que 68:

· Altera a integridade e permeabilidade intestinal, com um maior risco de toxemia e distúrbios metabólicos;

· Reduz a ingestão de alimentos e a absorção de nutrientes, com uma diminuição no desempenho produtivo e reprodutivo dos animais;

· Reduz a síntese de IGF-1, com a consequente diminuição do crescimento e produção de leite;

· Afeta a eficiência do metabolismo energético, fazendo com que o animal tenha que usar seu armazenamento endógeno de glicogênio.  

A revisão sobre a situação brasileira indica que as vacas leiteiras podem sofrer, no mínimo, estresse térmico em alguma época do ano. As quedas na produção leiteira por esse motivo variam entre 0,5 e 7,9 kg/vaca/d, dependendo do grau do estresse e do potencial de produção do animal. A raça Gir, embora mais adaptada ao estresse térmico, quando comparada à Holandesa, são os zebuínos menos tolerantes ao calor, e o cenário se complica um pouco mais quando são cruzados com raças Europeias.

As reduções no consumo de alimento e na movimentação, bem como os aumentos no consumo de água, além da frequência respiratória, são indicativos de estresse térmico nos animais. Na prática, deve-se considerar que se mais de 15% dos animais estão sob estresse térmico, existe risco para o rebanho inteiro. As medidas mais eficientes para o controle do estresse térmico seriam a implementação de sistemas de resfriamento e a seleção de animais geneticamente mais resistentes às altas temperaturas. Enquanto isso, a nutrição clínica e funcional pode contribuir atenuando a redução do desempenho.

O AviPlus® R é uma mistura sinérgica de ácidos orgânicos e compostos naturais idênticos (ácido cítrico, ácido sórbico, timol e vanilina), protegidos da ação ruminal pela microencapsulação tipo matriz, com triglicerídeos vegetais. O AviPlus® R foi desenvolvido pela Vetagro baseando-se da perícia adquirida durante décadas promovendo a saúde gastrointestinal de monogástricos. O objetivo da suplementação de AviPlus® R nas vacas leiteiras, sob estresse térmico, é a proteção do corpo, ajudando a restaurar ou fortalecendo o efeito barreira do intestino. Graças aos seus componentes ativos, sua ação sinérgica no epitélio e sua liberação controlada no intestino, é capaz de prevenir e aliviar os danos causados ??pela inflamação da mucosa intestinal resultante do estresse térmico, dietas excessivamente ricas em concentrados, mudanças drásticas ou momentos fisiológicos particularmente estressantes, como o período de transição (Figura 1).

Figura 1. AviPlus® R na prevenção dos danos intestinais causados pelo estresse térmico

Pesquisadores das Universidades de Cornell, Tuskegee e Bologna (Fontoura et al., 2022) avaliaram a suplementação de AviPlus® R na permeabilidade intestinal e na produção de leite de vacas leiteiras Holandesas, sob estresse térmico. Um total de 46 vacas multíparas com 208 ± 4,65 dias em lactação após 7 dias de aclimatação em condições termoneutras (ITU = 68 ± 0,32), foram submetidas aos seguintes tratamentos:

· TN-DP: Dieta padrão (RTM à base de silagem de milho), condições termoneutras;

· ET-DP: Dieta padrão, estresse térmico (ITU diurno = 74-82);

· TN-AP: Dieta padrão, condições termoneutras, alimentação pareada a ET-DP;

· ET-Aviplus®R: Dieta padrão + 75 mg AviPlus®R (top-dressed)/kg peso corporal, estresse térmico (ITU diurno = 74-82).

As vacas sob incremento térmico, experimentaram evidências clínicas do estresse, como aumentos das temperaturas retal e da pele, bem como incremento da frequência respiratória e, junto às vacas de alimentação pareada também experimentaram as maiores perdas de peso e de consumo de matéria seca, chegando a ser a ingesta até 45% menor do que animais em termoneutralidade alimentados ad libitum.

Durante as semanas 1 e 2 do ensaio, a redução de consumo que experimentaram as vacas sob estresse térmico, sem suplementação, apenas conseguiu explicar em média 71, 54, 58% da redução nas produções de leite, leite corrigido para energia e leite corrigido para gordura.

Entretanto, os animais suplementados com AviPlus® R apresentaram tendência de restituição do consumo de matéria seca (10% a mais) quando comparados com os animais estressados termicamente sem suplementação, com produção de leite corrigido para energia estatisticamente maior (Figura 2).

Figura 2. Efeitos do estresse térmico e da suplementação de AviPlus® R no consumo e desempenho de vacas Holandesas multíparas em lactação

O rendimento leiteiro sem correção ou, ou corrigido para gordura, a produção de lactose e o consumo de água também foram incrementados pela suplementação de AviPlus® R. Quando comparados com os animais estressados sem suplementação, a suplementação diminuiu o nitrogênio úrico no leite e aumentou a produção de proteína láctea, fato que refletiu na melhor eficiência de uso do nitrogênio alimentar (Fontoura et al., 2022).

A LBP (uma proteína de fase aguda, que se liga ao LPS bacteriano e provoca uma resposta imune) também foi diminuída pela suplementação de AviPlus®R, indicando uma melhora na saúde intestinal. As vacas sob estresse térmico apresentaram incremento da insulina circulante, e consequentemente, diminuição da glicemia e mobilização de gordura corporal (Fontoura et al., 2022).

A melhora da saúde e integridade intestinal, prévia à estação quente, e a preparação para o parto, podem reduzir os processos inflamatórios ligados à LPS circulante, com consequente menor risco de redução da produção de leite. A suplementação alimentar de AviPlus®R em vacas leiteiras sob estresse térmico melhora a função de barreira intestinal, ajudando a restaurar o consumo e a produção de leite, melhorando a eficiência de uso do nitrogênio.

Quer saber mais? Fale conosco!

Artigo adaptado de Luis Depablos (luis.depablos@vetagro.com)

Este é um conteúdo da Vetagro

Referências disponíveis mediante solicitação

 

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