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Consumo de matéria seca: mais é sempre melhor?

MARINA A. CAMARGO DANÉS

EM 13/02/2013

6 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 30/12/2020

Normalmente assume-se que quanto maior o consumo de matéria seca (MS) melhor. Mas isso é verdade em todas as situações?

Frente a desafios como baixa relação entre preços de leite e ração, muitos produtores optam por estratégias para baratear a dieta, como uso de subprodutos, maior relação volumoso:concentrado, ou o uso de ingredientes que já estejam disponíveis na propriedade em vez dos provenientes de fornecedores externos.

Algumas dessas mudanças na dieta podem reduzir muito sua densidade energética, fazendo com que os animais mobilizem gordura corporal para sustentar a produção, que normalmente é reduzida. Infelizmente, algumas das estratégias para redução do custo da ração também envolvem retiradas de minerais e vitaminas da mistura (geralmente o componente individual mais caro – em R$/kg do ingrediente – da ração), o que gera deficiências e problemas a longo prazo relacionados à saúde das vacas e, consequentemente, para o sistema.

Entretanto, outra alternativa para lidar com altos custos de alimentos foi proposta pelo agente extensionista de produção de leite da Universidade da Califórnia, Peter H. Robinson, em uma publicação recente e muito interessante (referência ao final deste artigo). Robinson aponta que poucos produtores, quando enfrentam situações desafiadoras como essa, procuram alterar alguns princípios básicos de manejo para “convencerem” suas vacas a comerem menos. Por mais estranho que isso possa parecer, existe uma boa explicação por trás dessa estratégia.

De modo geral, a primeira regra em fazendas de leite com vacas de alta produção é nunca deixar que os cochos fiquem completamente vazios, uma vez que cochos vazios fazem com que as vacas comam muito e muito rápido na próxima alimentação. Isso pode levar a diversos problemas como acidose, deslocamento de abomaso e outros eventos desagradáveis, como competição entre as vacas para acessar o cocho quando a comida é fornecida, o que pode gerar injúrias.

A segunda principal regra nesses sistemas de produção é que consumo de matéria seca é uma coisa boa e que quanto maior esse número, melhor para o sistema. Dessa forma, a maior parte das fazendas produtoras de leite adotam estratégias tanto nutricionais como de manejo alimentar e dos animais que maximizem o consumo MS. Mas essa é realmente a melhor coisa a se fazer em todas as situações?

É fato que, de modo geral, maior consumo MS reflete em maior produção de leite e a eficiência com que cada quilo extra de ração é utilizado para produzir leite aumenta, visto que as exigências de mantença do animal se diluem. Entretanto, o que muitas vezes passa desapercebido é que quanto maior o consumo de MS, menor será a digestibilidade desse alimento, devido à maior taxa de passagem decorrente do consumo elevado.

Em outras palavras, quanto mais o animal come, mais o alimento é “empurrado” para fora do trato digestível (rúmen e intestinos), permanecendo menos tempo à disposição para digestão e absorção dos nutrientes.

Historicamente, quando a situação de mercado (relação preço do leite/preço da ração) é favorável, maximizar o consumo de MS sempre é uma boa estratégia, visto que mesmo que a digestibilidade da dieta seja reduzida pelo aumento do consumo, esse pequeno decréscimo (em % da deita) é compensado por um aumento na quantidade de alimento digestível ingerida, o que resulta em aumento na produção de leite.

Quando a relação preço do leite/preço da ração é alta, qualquer pequeno aumento na produção de leite será rentável. Entretanto, em situações em que a relação preço do leite/preço da ração atingiu valores críticos, esse pequeno aumento na produção, resultante das estratégias que possibilitaram o aumento no consumo de MS, deixa de ser rentável.

Nesses momentos, uma melhor alternativa seria a de convencer as vacas a comerem menos. Seguindo o mesmo raciocínio, consumo menor reduz a taxa de passagem e aumenta a digestibilidade do alimento. Com isso, a eficiência alimentar (kg leite/kg de ração) também aumenta, pois cada quilo da ração é melhor utilizado e possibilita a produção de mais leite.

Contudo, reduzir o consumo de MS não significa limitar a oferta de alimento, visto que essa prática pode trazer consequências desastrosas relacionadas à produção de leite e saúde das vacas. Então como convencer as vacas a comerem menos sem limitar a quantidade de alimento oferecida?

Existem maneiras de reduzir o consumo de MS em até 10% com o objetivo de aumentar eficiência alimentar sem prejudicar as vacas e/ou causar problemas de saúde no rebanho. No entanto, é preciso dar um passo para trás e reconsiderar as estratégias que são utilizadas para maximizar o consumo de MS na propriedade. Algumas das estratégias que podem ser utilizadas para vacas em confinamento estão listadas a seguir:

  • aumentar o teor de umidade da ração total, uma vez que dietas mais úmidas (teor de umidade maior que 50%) tendem a reduzir o consumo voluntário;
  • aumentar o teor de fibra da dieta, o que também reduz consumo voluntário devido a menor taxa de passagem de alimentos fibrosos (cuidado deve ser tomado ao se utilizar alimentos fibrosos de baixa qualidade que irão reduzir consideravelmente a densidade energética da dieta e prejudicar o desempenho. A recomendação aqui diz respeito a forragens de alto valor nutritivo);
  • evitar ingredientes conhecidos por estimular o consumo, como forragens frescas;
  • reduzir o número de vezes que a dieta é revolvida (empurrada) nos cochos, já que isso estimula as vacas a levantarem e iniciarem nova alimentação;
  • libere o acesso das vacas a áreas externas ao freestall, pois mantê-las presas no freestall aumenta o número de visitas ao cocho;
  • aumente levemente a densidade de animais nas baias, já que maior densidade causa redução de consumo em todos os animais (nesse caso, a atenção com animais doentes ou em desvantagem hierárquica deve ser redobrada).


Todas essas medidas soam exatamente como o oposto das práticas de manejo adequadas para vacas em confinamento e, na realidade, elas assim o são quando o objetivo do manejo é maximizar consumo de alimento. No entanto, essas mesmas medidas deixam de ser interessantes quando o objetivo do sistema é maximizar eficiência alimentar.

Quando a relação preço do leite/preço dos alimentos é muito desfavorável e o produtor tem que continuar pagando suas contas, esse tipo de estratégia proporciona uma solução mais sustentável, sem prejudicar os animais no longo prazo.

De qualquer forma, como ocorre com qualquer mudança de manejo, os passos devem ser tomados um a um e com cautela, sempre observando o resultado de cada atitude. O consumo de matéria seca, produção de leite e eficiência alimentar devem ser monitorados semanalmente após uma mudança de manejo como essa.

Além disso, é essencial que a propriedade conte com um profissional capacitado para avaliar escore de condição corporal pelo menos uma vez por mês para assegurar que as mudanças no manejo alimentar não estão causando excessiva mobilização de gordura corporal. Deve-se ficar atento pois vacas mobilizando muita condição corporal apresentam os maiores valores de eficiência alimentar, o que pode parecer uma coisa positiva, mas neste caso são decorrentes de uma situação totalmente não sustentável.

As dificuldades enfrentadas pela pecuária leiteira oferecem oportunidades para que todas as práticas de manejo sejam reavaliadas e, quando possível, ajustadas para permitir rentabilidade na propriedade (ou ao menos minimizar perdas). Alterações no manejo alimentar que “convençam” as vacas a comerem menos com o objetivo de aumentar eficiência alimentar pode ser uma interessante estratégia para contornar períodos em que a relação preço do leite/preço dos alimentos é muito desfavorável.

Referências: Robinson, P.H. 2012. Dry matter intake: Is higher always better? WOARDS WEST, June 2012.

MARINA A. CAMARGO DANÉS

Professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras. Engenheira Agrônoma e mestre pela ESALQ/USP. PhD em Dairy Science pela Universidade de Wisconsin-Madison, WI, EUA. www.marinadanes.com

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ELMO R DO VAL NETO

UBERABA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 06/04/2013

Marina,



Eu poderia tb diminuir a tx de passagem apenas aumentando do tamanho da fibra, assim, estaria interferindo na efetividade da fibra.
MARCELO BRANQUINHO PEREIRA

TRÊS CORAÇÕES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/02/2013

Faria uma outra observação. Se você aumentar a taxa de descarte ,vendendo os animais menos produtivos,irá melhorar muito a conversão alimentar do rebanho sem prejuízos à saúde dos animais,na minha opinião uma atitude mais racional.
MARINA A. CAMARGO DANÉS

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 26/02/2013

Sr. José Eduardo,

Muito bom receber notícias suas! Como estão as coisas no sítio?

Com certeza eu vou visitar! Obrigada pelo contato e pelo convite.

Um abraço, Marina
MARINA A. CAMARGO DANÉS

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 26/02/2013

(continuação do comentário anterior)



Outro ponto importante que já foi discutido pelo Prof. Paulo Mühlbach é sobre o valor nutritivo das forragens. Forragens de boa qualidade aqui nos EUA apresentam valores de FDN de 40 (silagem de milho e alfafa) a 60% (silagem de capim). Portanto, com forragens como essas o resultado da redução de taxa de passagem é positivo, uma vez que existe material potencialmente digestível. Com forragens de baixo valor nutritivo, a redução na taxa de passagem não será compensada por aumento na digestibilidade e o aporte de nutrientes será reduzido. Portanto esse é um cuidado que deve ser tomado e levado em conta no momento de se adotar qualquer estratégia de manejo.



Muito obrigada a todos pela participação.

Um grande abraço,

Marina
MARINA A. CAMARGO DANÉS

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 26/02/2013

Pessoal,



Obrigada todos pelos comentários. Meu objetivo ao escrever sobre esse tema polêmico era justamente trazer discussões como esta que está acontecendo nos comentários. Acredito que é debatendo que se cresce, olhando as coisas por perspectivas diferentes das que estamos acostumados, desenvolvendo pensamento crítico e não aceitando tudo como verdade absoluta. Evolução é parar e pensar: "como isso se relaciona à minha realidade?". Dessa forma, fiquei muito contente com o resultado desse artigo, pois gerou uma discussão de alto nível e super interessante, que só faz beneficiar a todos que estão lendo.



Como estou um pouco atrasada na discussão, vou fazer um comentário geral tentando responder a todos os questionamentos que foram colocados anteriormente. Primeiramente, gostaria de ressaltar que a idéia da estratégia proposta pelo Dr. Robinson não é a de restrição alimentar, que como mencionado no texto e levantado em alguns comentários, pode trazer consequências desastrosas de queda de produção de leite e de receita.



Outro conceito fundamental desse artigo é que a estratégia é especificamente para situações de crise. O maior fator que impacta na eficiência alimentar é produção de leite. Como mencionado no artigo, quanto maior a produção, maior a diluição do custo fixo de mantença. Dessa forma, se o aumento do consumo é acompanhado por aumento de produção, a eficiência alimentar será aumentada, apesar da redução em digestibilidade. De acordo com a lei dos acréscimos decresentes, esse aumento na eficiência decorrente do aumento da produção atingirá eventualmente um platô, no qual ainda pode ser rentável perder um pouco em eficiência para produzir mais leite, desde que a relação preço do leite/preço dos alimentos seja favorável. Portanto, essa sempre será a melhor alternativa desde que seja rentável (essa é a palavra chave). Em situações de elevados preços de alimentos e baixos preços de leite, produtores de leite adotam diversos tipos de medidas para continuar sobrevivendo no negócio, incluindo medidas muito mais drásticas do que a proposta nesse artigo e que prejudicam os animais no longo prazo (como reduçao/retirada de minerais e vitaminas da ração). Dessa forma, acho interessante que em momentos de crise pensemos em soluções que apesar de desafiarem os conceitos ideais de manejo, ainda se baseiem em conhecimentos técnicos e científicos e não prejudiquem o sistema no longo prazo.



(continua no próximo comentário)
RENATO PALMA NOGUEIRA

CASA BRANCA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/02/2013

Prezados , concordo com o professor Paulo Mulbach. Vacas holandesas  na Califórnia comem 29 kg de matéria seca no lote de alta produçao e a ingestao média do rebanho em lactaçao é em torno de 26 kg de matéria seca. Parece incrivel, mas é normal este nível de ingestao por lá .E existe um programa chamado easy feed ou similares que monitoram diariamente a ingestao do rebanho, podendo corrigir desvios rapidamente.  Nas nossas condiçoes, vacas leiteiras especializadas, comem 10 kg de matéria seca a menos do que as americanas  no pico de producao. Acredito que a eficiencia alimentar será mais facilmente alcançada praticando exatamente o contrário, aumentando o consumo que aumentará a produçao de leite e que vai dilui os requerimentos de mantença, que é um custo fixo da vaca.

Parabéns pelo tema.
RODRIGO MIDDLETON

EM 17/02/2013

Creo que el problerma no consiste en simplemente dar menos, si  no que encontrar ese delicado equilibrio entre el potencial productivo y el aporte adecuado de nutrientes.  Recordar que como todo sistema sujeto a una relacion insumo/producto, la produccion lechera tambien esta sujeta a la ley de rendimientos decrecientes, por lo tanto debemo ser capaces de captar cuando estamos suministrando un exceso de alimentos en que cada nuevo aporte, no se refleja en una mayor produccion economica, y eso dependera de muchos factores condicionantes como la genetica, la salud productiva y el manejo de la alimentacion.
RUY JOSE DA SILVA

SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/02/2013

Parabens Marina pelo artigo.  Vaca de leite tem que ser bem alimentada.
JULIANO RICARDO RESENDE

UBERABA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/02/2013

Muito arriscado fazer isso. Certamente a queda significativa na produção de leite vai complicar ainda mais a saúde financeira da fazenda (sem contar a das vacas). Prefiro agrupar mais o rebanho e formular a dieta bem ajustada pelo NRC ou Cornel.
JOSUÉ CARPES MARQUES

TRÊS DE MAIO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/02/2013

Marina parabens pelo artigo.

Gostaria de saber se esta proposta de alimentação, funcionaria para vacas manejadas em sistema de pastoreio rotativo com complemento de ração e silagem no cocho, que é a maior parte das propriedades aqui no estado.



Abraço



Josue Carpes Marques
RAONI BENI CRISTOVAM

DRACENA - SÃO PAULO - ZOOTECNISTA

EM 14/02/2013

Parabéns Marina pelo artigo.



Tenho alguns questionamentos.



1 - Será que os ganhos em eficiência alimentar suprirão a menor ingestão de MS?

2 - A proposta de seu artigo seria a diminuição da ingestão, porém mantendo a mesma produção?



Creio ser uma estratégia um tanto quanto contraditória com relação a nutrição e a produção de leite.



Também acredito ser muito arriscada com relação a possíveis problemas que poderão advir com a prática em questão.



Enfim,mais uma vez meus parabéns, é um ótimo artigo para se discutir e debater, principalmente pra quem gosta, estuda e trabalha com nutrição animal.



Saudações.



Raoni.
PATRÍCIA SALES

ITANHANDU - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 14/02/2013

Parabéns Marina. Creio que será de grande aproveito para os produtores. Ressaltando desde que seja  manejo correto e eficiente. Ótimo artigo!
RÉGIS VINÍCIUS FERREIRA BORGES

IRAÍ DE MINAS - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 14/02/2013

Parabéns Marina, muito bom seu texto...
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/02/2013

Prezada Marina,



Não posso deixar de cumprimentá-la pelo arrojo em nos repassar este texto do Prof. Robinson. Há fundamento científico na proposta, todavia, temos que manter em mente as duas realidades: a dos EUA, com rebanhos de alta produtividade e forrageiras de alta qualidade, e a nossa aqui, com lactação média baixíssima (menor que a média mundial) e grande heterogeneidade de procedimentos e sistemas.



De fato, a digestibilidade da dieta sofre redução, o que é mais significativo em situações de CMS até acima de quatro vezes ao nível de mantença, situação comum aí em terras yankees. Então, opera-se com a corda esticada ao máximo, buscando-se um permanente "ajuste fino" na alimentação, com pleno controle do consumo efetivo de alimento (análises e pesagens frequentes dos alimentos e das respectivas sobras), com assistência técnica competente e permanente, enfim, buscando a lucratividade ao nível de centavos, numa situação de completo conhecimento do mercado de insumos e, até, do preço futuro a receber pelo leite.



Estou, apenas, reforçando a ênfase  claramente manifestada em seu artigo, em termos da cautela necessária na adoção da proposta do Prof. Robinson. Não existe "almoço de graça", principalmente em rebanho de genética apurada, e o preço da restrição alimentar pode ser a perda excessiva de condição corporal e suas consequências (distúrbios metabólicos e reprodutivos).



Na minha opinião, o que deve ser muito bem ponderado, é o que você enfatiza no parágrafo a seguir  e o que é o mais crítico em relação à viabilidade da proposta nas nossas condições mais gerais: "aumentar o teor de fibra da dieta, o que também reduz consumo voluntário devido a menor taxa de passagem de alimentos fibrosos (cuidado deve ser tomado ao se utilizar alimentos fibrosos de baixa qualidade que irão reduzir consideravelmente a densidade energética da dieta e prejudicar o desempenho. A recomendação aqui diz respeito a forragens de alto valor nutritivo)"!!!!!



E qual é o teor de FDN das forrageiras empregadas nos EUA, em comparação com as nossas?



Saudações,



Paulo R. F. Mühlbach




PAULO LUIS HEINZMANN

SALVADOR DAS MISSÕES - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/02/2013

Parabéns pela iniciativa Mariana, de buscar saídas para épocas difíceis, principalmente devido aos altos custos dos grãos, mas acredito que os discretos ganhos em eficiência alimentar que teríamos com estas medidas, facilmente seriam anulados com todas as conseqüências que uma menor injestão de matéria seca acarretaria ao rebanho, principalmente em free stal, onde teoricamente estamos trabalhando com animais de alto mérito genético, como balanço energético negativo (por menor que fosse), piora nos índices reprodutivos, além de aumentarmos assim a participação do custo fixo na composição do custo total do leite se houver diminuição da escala de produção, o que acredito que ocorreria.



Acho lamentável termos que discutir tais estratégias, como "convencer as vacas de comer menos" para viabilizar nosso negócio, e nos mostra a que nível de aperto chegamos, mesmo porque, e o texto também comenta, sempre ouvimos o oposto.



Acredito ser urgente um aprofundamento das discussões entre todos os elos da cadeia, para buscarmos políticas e estratégias de curto, médio e longo prazos, inclusive com discussão e programação de quanto produzir, para que continuemos tendo uma atividade viável, não só tecnicamente, mas também, e principalmente economicamente.



Parabéns novamente, Mariana!!
ANTONIO CARLOS ANDRADE JUNIOR

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 14/02/2013

Marina Parabéns pelo artigo!

Nas crises e que se cresce!

Estive fazendo uma conta onde a producao de leite familiar, que é a maior producao do leite brasileiro, com animais abaixo de 4500 litros de leite na lactação nao e viável economicamente!

Pelo dado do educampo onde se tem que gastar 15% da receita total com mão de obra! E um casal tem capacidade de ordenhar e alimentar 50 vacas (sem bezerro) e o salário com encargos 13 e ferias do casal na minha região aproxima de R$3000,00 mensais! Necessitaria de 120 litros de leite a 0,83 preco de hoje!  Producao diária de 800 litros diário, dividido por 50 animais da media de 16 litros de curral, vezes 305 dias lactação da 4880 litros de media lactação! Poucos produtores familiares de minas gerais tem essa producao, existem regioes de minas que a media de curral e esta, muito proximo ao minimo ideal! Teriam que ter animais de 6000 litros de lactação para possibilitar a media de 4500 ou seja agricultura familiar sem animais mais produtivos e um relativo tamanho (50 VL) estao muito apertados financeiramente! As vezes trabalhando para outros tem melhores salários, e menores riscos!

Temos que focar esforços em producao de volumosos com qualidade e eficiência produtiva para produzirmos mais barato!

Desde ja agradeco
RODRIGO MIDDLETON

EM 14/02/2013

Me parece interesante este concepto de buscar el ajuste a las dietas, siempre se debe estar probando hasta encontrar la medida adecuada. a su situacion que es unica.



Personalmente, tengo la experiencia de haber adicionado mas alimento, en este caso orujo de cerveceria humedo a una racion ya existente por la necesidad de consumir una cuota asignada y no haber tenido respuesta productiva.  las vacas han llegado a consumir 28 Kg de MS.
DANIEL HENRIQUE SCHÜTZ

ITAPIRANGA - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 13/02/2013

Ótima explanação sobre o assunto. Só acho que liberar as vacas a áreas externas ao free-stall não seria tão necessário. Pois geralmente as propriedades não dispõem de espaço para tal número de animais e com isso haveria aglomeração de animais, deixando-os susceptíveis a enfermidades como mastites por exemplo. Além de que vai aumentar a mão-de-obra.

Parabéns pelo artigo!
PATRICIA

PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - ESTUDANTE

EM 13/02/2013

Sandro a Marina quiz dizer que quando o animal ingere mais alimento,mais rapido esse alimento vai sair e vai ficar pouco tempo dentro do animal para ser aproveitado pelos microrganismos para retirar os nutrientes e energia necessaria.No segundo raciocínio,ela comenta que se o animal ingerir menos alimento,o alimento vai permanecer mais tempo dentro do animal e a digestibilidade vai ser mais demorada,justamente porque nao tem alimento novo entrando e empurrando o que esta sendo digerido pelos microrganismos..a taxa de passagem vai ser menor.
MOYSES BOSSI LIMA

CARLOS CHAGAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/02/2013

Bom, se esta afirmação for verdade, então seria vantajoso sempre diminuir o CMS, pois assim a margem seria sempre maior.

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